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O INCT Observatório das Metrópoles promove o lançamento do e-book “Vitória: transformações na ordem urbana” com o objetivo de oferecer a análise mais completa sobre a evolução urbana da metrópole capixaba no período 1980-2010, abordando temas como metropolização, economia, demografia, trabalho, mobilidade, habitação, segurança pública e bem-estar urbano. Segundo um dos organizadores do livro, profº Pablo Lira, o estudo visa subsidiar a elaboração de políticas públicas para a RM da Grande Vitória.

O Observatório das Metrópoles e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) realizaram, no dia 10 de dezembro, o evento de lançamento do livro “Vitória: transformações na ordem urbana” com a participação do coordenador nacional da rede de pesquisa, profº Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, o coordenador do Núcleo Vitória do Observatório, profº Pablo Lira, e mais a equipe do núcleo regional e autores convidados.

Luiz Cesar Ribeiro no lançamento do livro na sede do IJSN

 

Para o profº Luiz Cesar Ribeiro, a série “Transformações na Ordem Urbana das Metrópoles Brasileiras (1980-2010)” representa o maior projeto do Observatório das Metrópoles no âmbito do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT/MCT&I). “Esse projeto mostra o acúmulo de expertise sobre a temática metropolitana pelos pesquisadores do Observatório, que há mais de 15 anos vêm consolidando um trabalho em rede multidisciplinar, de produção de conhecimento científico, de metodologias e ferramentas para a pesquisa da questão metropolitana”, explica Ribeiro e completa:

“O livro sobre a Região Metropolitana da Grande Vitória é o segundo da série, e traz uma análise histórica sobre o nosso modelo de desenvolvimento e o processo de urbanização das décadas de 1970 e 1980 no Brasil – que influenciaram a conformação da metrópole do Espírito Santo como também a de outras grandes cidades. Além disso, avalia a partir da metodologia do Observatório das chamadas tipologias socioespaciais como se configura o território da RMGV, no tocante a temas como mercado de trabalho e renda, segregação e desigualdades socioespaciais, demografia, moradia, entre outras questões. Acredito que a nossa rede de pesquisa está oferecendo o material mais completo sobre a evolução urbana das metrópoles brasileiras, queremos compartilhar esses conhecimentos com à sociedade como um todo”.

Para o coordenador do Núcleo Vitória, profº Pablo Lira, a produção do estudo foi uma excelente experiência ao integrar a participação de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento para refletir sobre as transformações metropolitanas da RM da Grande Vitória. “Vejo que a convergência desses olhares a partir de uma base metodológica do Observatório das Metrópoles se caracteriza como o grande diferencial e potencial do livro”, afirma Pablo.

Políticas Públicas. O Núcleo Vitória é constituído pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), uma autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Economia e Planejamento (SEP) do Espírito Santo, cuja missão é prover conhecimento social, econômico e territorial do Espírito Santo, atuando como centro de excelência na gestão de redes de informação, subsidiando as políticas públicas e o desenvolvimento sustentável do estado. Nessa perspectiva, o Núcleo Vitória busca potencializar o desenvolvimento de estudos, projetos e linhas de pesquisas no âmbito do INCT Observatório das Metrópoles, sobretudo, no que se refere às temáticas urbanas e à Região Metropolitana da Grande Vitória – RMGV.

“O livro ‘Vitória: transformações na ordem urbana’ analisa a evolução urbana da RMGV a partir de vários recortes específicos, um olhar macro e que vê a metrópole em seu conjunto de funcionamento. Acreditamos que, para além da produção de conhecimento, a obra poderá subsidiar políticas públicas. E isso será o seu maior resultado”, defende Pablo Lira.

 

 

“Vitória: transformações na ordem urbana” se propõe a analisar as transformações na ordem urbana da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), abordando diversas perspectivas, a saber, metropolização, economia, demografia, trabalho, renda, educação, mobilidade, habitação, segurança pública, governança e bem-estar urbano. É composto por 11 capítulos organizados em 3 partes: O processo de metropolização; A dimensão socioespacial da exclusão/integração; Governança, gestão e bem-estar urbano.

A publicação marca a inserção do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) como Núcleo Vitória nas pesquisas nacionais em rede do Observatório das Metrópoles, constituindo uma referência que visa subsidiar políticas públicas e futuros estudos na RMGV.

A seguir alguns eixos de análise do livro sobre as principais transformações na RM da Grande Vitória.

 

ECONOMIA. A cidade de Vitória concentra, atualmente, 48% do PIB da região metropolitana da Grande Vitória (RMGV) e aproximadamente 35% da renda, o que explica a diferença de quase 200% entre o rendimento médio dos trabalhadores da capital comparados ao de Viana.  A polarização da capital tem efeitos positivos sobre os municípios como Serra, Vila Velha e Cariacica que têm crescido em participação no PIB da RMGV, com destaque para Serra, que passou de 21,1% em 2000 a 24,5% em 2010.

O livro mostra também que Serra foi o município que teve maior crescimento da mancha urbana (atualmente quase 1/3 da RMGV) no período, consolidou-se como segundo maior PIB estadual e vem evoluindo em sua renda média em um ritmo superior aos demais municípios, apesar de ainda estar bem aquém da renda média de Vitória e Vila Velha e menor mesmo que a média estadual.

MOBILIDADE URBANA. Vitória é o único município metropolitano que soma mais viagens de entrada que de saída, sendo o principal destino dos trabalhadores que moram nas outras cidades da RMGV. Por outro lado, Cariacica é a cidade de onde mais saem residentes rumo ao trabalho em outros municípios. Essas informações podem subsidiar a elaboração de políticas de mobilidade intermunicipal para a metrópole capixaba.

MODELO EM ARCO. A publicação aponta também que a parte litorânea de Vitória e Vila Velha concentram as classes superiores, e as demais classes sociais desenham arcos sucessivos, na medida em que se afastam desta centralidade em direção aos limites da Região Metropolitana, onde a noção de periferia pode ser estabelecida. Ou seja, as classes superiores se concentram perto do litoral e as classes de poder aquisitivo menor residem nas bodas da metrópole – na periferia metropolitana.

BEM-ESTAR URBANO. Em comparação às 15 regiões metropolitanas consideradas no cálculo do Índice de Bem-estar Urbano do Observatório das Metrópoles, a RM da Grande Vitória obteve o valor de 0,605, uma nota dentro da faixa considerada regular (entre 0,700 e 0,501). O livro apresenta uma análise do bem-estar urbano da RM da Grande Vitória em relação às condições de habitação, serviços urbanos, infraestrutura urbana, mobilidade e condições ambientais.

CRIMINALIDADE. Em 2008 a RM da Grande Vitória registrou 80 homicídios por 100.000 habitantes, concentrando 66% dos 1.903 homicídios do Espírito Santo naquele ano. Quais os motivos que conformaram esse território urbano em um espaço de alta criminalidade? O livro “Vitória: transformações na ordem urbana” analisa o aumento da criminalidade violenta com indicadores vinculados às estruturas urbanas da Grande Vitória, como indicadores da estrutura econômica, distribuição da população segundo gênero, faixas etárias, níveis de instrução, serviços, equipamentos e infraestrutura urbanas, entre outros aspectos.

 

Para download do livro “Vitória: transformações na ordem urbana”, acesse os seguintes links:

Formato PDF

Formato E-book

 

Última modificação em 24-03-2015