Fortaleza fez 298 anos, data escolhida pela Câmara dos Vereadores em função de sua elevação à vila, em 13 de abril de 1726. Desde 1994, a data é comemorada com um seminário acadêmico, inicialmente uma parceria do Observatório das Metrópoles Núcleo Fortaleza (LAPUR/Geografia) e o NUDOC/História da Universidade Federal do Ceará (UFC), posteriormente com a participação do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico). O projeto de extensão “Trilhas Urbanas”, institucionalizado em 2006, conta com a participação de professores, estudantes e monitores do Departamento de Geografia da UFC, que além do seminário, realizam percursos urbanos, discutindo aspectos históricos, geográficos e socioeconômicos da formação socioespacial do Ceará, que se cristalizam na paisagem do centro tradicional de Fortaleza.
O público tem a opção de escolher entre quatro trilhas diferentes, nas quais são discutidos conceitos da teoria geográfica, além de uma análise crítica da formação do espaço e das suas transformações ao longo dos séculos. Várias perspectivas são abordadas, dependendo do tema da trilha: a maritimidade, o meio ambiente urbano, a segregação e as contradições socioespaciais, espaços do ócio e do negócio, espaços do poder, espaços públicos, espaços de vida e de morte, espaços de memórias, espaços de circulação (becos, ruas e galerias).
Em 12 de abril, a abertura das comemorações ocorreu no Palacete Jeremias Arruda, edifício sede do instituto. Nesta ocasião, houve uma palestra da professora Danyelle Nilin, do curso de Ciências Sociais da UFC, sobre as transformações socioeconômicas de Fortaleza na última década, destacando a desigualdade social na cidade, os desafios que o poder público enfrenta neste cenário e pautas que deveriam ter mais atenção do governo. O tema da palestra “Que cidade queremos?” questiona as principais pautas a serem discutidas nesse ano de eleições e a importância de eleger candidatos que defendam uma cidade mais justa, em consonância com o projeto nacional “Observatório das Metrópoles nas Eleições: um outro futuro é possível”.
Na mesma ocasião, também foi lançado o livro “Cidade Percebida”, coletânea de artigos de opinião escritos por Alexandre Queiroz Pereira, pesquisador do Núcleo Fortaleza. Os textos, curtos e centrados, são produzidos baseados em três pilares: a disseminação do conhecimento científico acerca da cidade e da urbanização; o exercício da sua condição de cidadão capaz de opinar sobre processos e fatos desenrolados nas cidades; e a produção de material útil ao processo de ensino-aprendizagem conduzido por colegas docentes do ensino básico.
Na manhã seguinte, dia 13 de abril, data oficial do aniversário de Fortaleza, foram realizadas as trilhas. Foram mais de 170 inscritos, composto por estudantes da educação básica, média e superior, do ensino público e privado e outros setores da sociedade.
Confira os registros: