Este artigo da Revista e-metropolis nº 31 aborda o tema transitoriedades de gênero. Os pesquisadores Miguel Ribeiro e Ulisses Fernandes articulam conceitos do Teatro e da Geografia como expressão das relações socioespaciais. Ao analisar a peça teatral BR Trans, procuram mostrar debater a identidade de gênero e o espaço-lugar-vivido dos travestis.
O artigo “Transitoriedades de Gênero: a Geografia e o Teatro frente a uma questão de identidade em BR-Trans” é um dos destaques da Revista eletrônica e-metropolis nº 31.
INTRODUÇÃO
POR MIGUEL RIBEIRO E ULISSES FERNANDES
Na peça teatral BR-Trans, vemos, em acordo com o prefácio de Jean Wyllys na versão em livro da peça homóloga (PEREIRA, 2016a), uma clara alusão à transitoriedade entre o espaço absoluto e o espaço relativo através do discurso teatral. Como nos relata o comunicólogo, a alusão a uma BR-Trans pode tanto remeter a uma indevida analogia com “uma rodovia; lugar de trânsito, de deslocamento”, mas também, e fundamentalmente, aludir a uma metáfora que problematize “a condição de quem partiu, mas ainda não chegou; de quem se deslocou deliberadamente de um lugar em direção a outro, mas ainda está no caminho, no trânsito; de quem deixou um ethos, mas ainda está sem abrigo” (PEREIRA, 2016a, p. 7).
A transitoriedade advém da inter-relação entre aquilo que poderia ser tratado como um espaço absoluto (HARTSHORNE, 1978), mas que essencialmente se expressa na forma de um espaço vivido (FRÉMONT, 1980).
Nesse contexto, passemos a discutir a trajetória de vida do autor/ator e as transitoriedades de gênero e identidade, articulando Geografia e Teatro.
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