O Observatório das Metrópoles promove, no período de 04 a 06 de setembro, o seminário nacional “Território, Coesão Social e Governança Democrática” no qual irá reunir pesquisadores integrantes da rede do instituto distribuída em 15 regiões metropolitanas brasileiras. No contexto da renovação do Programa INCT, o encontro tem com propósito debater as principais mudanças das metrópoles no período 1980-2010, aperfeiçoar a metodologia da rede para análise comparativa dos grandes centros urbanos do país e definir o plano de trabalho para o biênio 2013-2014.
O Seminário “Território, Coesão Social e Governança Democrática” será realizado nos dias 04, 05 e 06 de setembro de 2012, no Scorial Rio Hotel, no Largo do Machado, na cidade do Rio de Janeiro. Considerado o principal evento anual do INCT Observatório das Metrópoles, o seminário interno reunirá coordenadores dos núcleos regionais, coordenadores de pesquisas (TRs), comitê gestor do instituto, alguns membros do Comitê Consultivo e convidados externos.
Segundo o coordenador nacional do instituto, professor Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, o evento ocorre em um momento positivo para a Rede Observatório. “Nosso trabalho foi reconhecido pelo Ministério das Ciências como experiência científica inovadora por realizar uma pesquisa de forma colaborativa e criativa, superando fronteiras inter e intra universitárias, disciplinares, das políticas setoriais e regionais. Temos que comemorar esse resultado e planejar as pesquisas pelos próximos dois anos”, afirma e completa:
“O principal objetivo do seminário é debater as principais transformações por que passou o Brasil nas últimas décadas. Temos nesse período a crise do modelo desenvolvimentista de 1980, a expansão liberal da década de 1990 e, a partir de 2003, um novo ciclo marcado por crescimento do mercado interno, distribuição de renda, mudanças populacionais, entre outros fatores. De que maneira essas mudanças macroeconômicas influenciaram os grandes centros urbanos? Vamos nos preparar para analisar essas transformações a partir dos dados do Censo 2010, ampliando a perspectiva histórica do desenvolvimento urbano”, argumenta Luiz Cesar.
Com o objetivo de possibilitar trocas de experiências entre os pesquisadores da Rede com profissionais de outras instituições que também pesquisam a temática urbana, o seminário receberá convidados externos. Destaque do primeiro dia do evento é a conferência “A economia política da transição brasileira 1980-2012”, que será apresentada por Luiz Filgueiras, doutor em Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Campinas e Pós-Doutorado em Economia pela Universidade Paris 13, e professor associado da Universidade Federal da Bahia. A conferência irá discutir e caracterizar a natureza do atual padrão de desenvolvimento brasileiro – constituído a partir de 1990 como desdobramento da crise do Modelo de Substituição de Importações (MSI) -, tendo como preocupação central a possibilidade, ou não, de sua sustentabilidade político-econômica no longo prazo.
Outro destaque é a conferência “Transformações na Configuração Territorial na Rede Urbana Brasileira (1980-2010)”, que será apresentada pela doutora Maria Luisa Castello Branco, coordenadora de Geografia da Diretoria de Geociências do IBGE. E a conferência “A reconfiguração da região industrial do Brasil. Emergência da Cidade Região?”, que será proferida por Áurea Maria Queiroz Davanzo, assessora da Diretoria de Planejamento da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano AS (EMPLASA).
No segundo dia do seminário, na Mesa 1: Transição Imobiliária. Financeirização das formas de provisão de moradia e seus impactos na organização interna das metrópoles, a doutora em desenvolvimento econômico na Unicamp, Mariana Fix, abordará o tema “Financeirização e transformações recentes no circuito imobiliário no Brasil”. Já a conferência “Financeirização da política habitacional: limites e perspectivas” será apresentada pela doutora Luciana de Oliveira Royer, com o objetivo de compreender os resultados recentes da política pública de crédito habitacional no Brasil, analisando os principais fundings dessa política, como o SBPE e o FGTS, que suportam o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
Os resultados do Seminário “Território, Coesão Social e Governança Democrática” serão divulgados posteriormente no boletim do Observatório das Metrópoles.