Foi prorrogada até o dia 31 de maio a chamada de trabalhos para o XVII Simpósio Nacional de Geografia Urbana (Simpurb), que ocorrerá entre os dias 11 a 15 de novembro de 2022 na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.
Com o tema “A produção do urbano e a urgência da práxis transformadora: teorias, práticas e utopias em meio a um mundo convulsionado“, o XVII Simpurb tem por objetivo promover o diálogo e o debate das questões do urbano contemporâneo e de uma práxis transformadora, buscando, também, questionamentos sobre as utopias reais e concretas vislumbradas através das práticas sociais urbanas.
Divulgamos o GT 05 – Estado, grandes projetos e planejamento corporativo, coordenado por Renato Pequeno (UFC), Paulo Roberto Rodrigues Soares (UFRGS), Maria Beatriz Rufino (FAU-USP) e Demian Garcia Castro (Colégio Pedro II).
Este Grupo de Trabalho tem como escopo debater a complexidade das relações entre o Estado e a constituição do “urbano” na contemporaneidade. Em tempos de globalização e tecnificação espacial em moto-contínuo, a produção do espaço urbano oferece um importante objeto analítico: a ação do Estado, em seus diferentes aportes institucionais e local-regionais, na atual reestruturação (sócio)espacial das cidades, através dos diferentes ritmos de desenvolvimento técnico-produtivo, de políticas públicas multifocais [da questão da terra para habitação às exigências corporativas atuais de apropriação do espaço] e das resistências políticas a estas ações e processos de gentrificação. Na atual financeirização ostensiva, o Estado adequa-se continuamente às mutações da realidade político-econômica, articulando sua forma neoliberal – ainda que a estética de um mercado autorregulatório não consiga ocultar a transmissão de dividendos e benefícios ao capital – com o fortalecimento de suas ações (mesmo que alicerçadas em parcerias público-privadas), que tem implicado em novos investimentos no urbano, através de grandes projetos em diversas esferas como habitação, logística produtiva e mobilidade urbana. Junto a isso, há também uma mudança na relação com o território, que extravasa o campo epistêmico-conceitual e atravessa a própria noção de poder, soberania, escala e identidade. Novos territórios e produtos imobiliários emergem a partir desta nova relação entre Estado, urbanização e capital corporativo.
A intenção é congregar pesquisadores que ofereçam estudos de diferentes realidades de gestão urbana para pensar as ações articuladas entre o Estado e o capital corporativo, que impõem aos usos e apropriação dos territórios a necessidade constante de readequação estrutural, envolvendo desde investimentos em logística, energia e mão-de-obra às atuais mudanças no tripé empresa-trabalho-moradia, em políticas urbanas de planejamento estratégico, com requalificação, revitalização e reordenamento das cidades. São bem-vindos trabalhos que coloquem em pauta o jogo político – o que implica na análise da conjugação entre interesses, projetos e ações –, e que conformem estratégias e práticas espaciais estabelecidas pelos grupos hegemônicos para a manutenção do poder e de resistência a esses processos. Sem dúvidas, no horizonte deste Grupo de Trabalho emerge a intenção de se pensar o desenvolvimento, este meta-conceito que é processo, condição e fim, em diferentes escalas de tempo e espaço. A atual urbanização, marcada por meganegócios, empreendimentos corporativos, citymarketing e estratégias público-privadas desde a raiz, é resultado do modelo de desenvolvimento em curso, com matizes políticos, econômicos, sociais e espaciais que ainda requerem maior esclarecimento. Neste campo, entre ideologias e utopias, apontar possibilidades de governança democrática e gestão participativa torna-se uma exigência para todos aqueles que objetivam construir criticamente novas formas de produção do espaço urbano.
O início das inscrições gerais para a participação no evento será no dia 06 de junho. Para mais informações, acesse: https://xviisimpurb.