Os episódios cotidianos de violência estatal demonstram que a antinegritude permanece profundamente enraizada na governança das cidades brasileiras. Por outro lado, a disseminação global de protestos contra a violência do Estado evidencia a ressonância da tradição radical negra. Nesse contexto, examinar as articulações entre o capitalismo racial, os regimes raciais globais e o modo como estes se espacializam compõem uma agenda incontornável de discussões.
O Seminário Internacional Geografias Negras Globais: Capitalismo Racial e Experiências Urbanas Negras reunirá pesquisadores e pesquisadoras, ativistas e militantes para debater a dinâmica de poder racializada que perpetua a desvalorização, expropriação e marginalização das vidas negras. A programação compreende uma multiplicidade de modos de interação e produção de conhecimento, incluindo rodas de conversa, mesas redondas, exibições de filmes, apresentações artísticas e visitas a lugares de importância histórica negra, com longa tradição de lutas urbanas e ativismo comunitário em diferentes campos.
O seminário ocorrerá entre os dias 07 a 09 de junho, na cidade do Rio de Janeiro, e buscará fortalecer o vínculo internacional entre pessoas interessadas nas geografias negras e os ativismos antirracismo no espaço urbano. No dia 08 de junho, as atividades são coordenadas pelo Núcleo de Pesquisa e Estudos em Geografia, Relações Raciais e Movimentos Sociais (NEGRAM) e acontecem no IPPUR-UFRJ, no auditório G2 do Edifício de Letras.
Os dias 10 e 11 de junho serão dedicados às reuniões preparatórias para o segundo seminário que se realizará na cidade de New Brunswick, Nova Iorque, ainda em 2022. Os dois seminários (no Brasil e nos EUA) são fruto de parceria entre o NEGRAM/ETTERN/IPPUR e o Departamento de Geografia da Rutgers University, e contam também com o financiamento da Urban Studies Foudation.
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