A Plural – Revista de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo está recebendo artigos para compor o Dossiê “Afetividades Marginais, Grupos Armados e Mercados Ilegais”, a ser publicado no segundo semestre de 2023. Com organização de Juliana Torres Y Plá Trevas, Nido Farias dos Santos e Ítalo Barbosa Lima Siqueira, o dossiê tem por objetivo reunir trabalhos que analisem conexões diversas entre grupos armados, afetividades e mercados ilegais.
As submissões podem ser feitas até o dia 31 de maio de 2023, através da plataforma: revistas.usp.br/plural. Demais instruções gerais, normas e diretrizes podem ser conferidas no site da revista.
Confira a chamada:
Nas últimas três décadas, as facções, as milícias e as prisões tornaram-se alguns dos principais temas de pesquisa sociológica, associados ao desafio de compreender a reconfiguração de espaços, agentes e práticas criminais nas periferias urbanas brasileiras. Pesquisadoras e pesquisadores têm reconhecido nesses atores papéis de relevo nas relações entre mercados ilegais, violência exercida por grupos armados e forças de segurança. Isso inclui as atuações ilegais de policiais (militares, civis, penais, etc.), guardas municipais, grupos de extermínio, atores da segurança privada, além de fraternidades políticas marginais como gangues, bondes e galeras, em disputa pelo controle e regulação de territórios e mercados lucrativos em periferias urbanas.
Aos poucos, ganham relevo pesquisas que conferem atenção ao funcionamento das redes de proteção tecidas afetivamente no cotidiano que entrelaçam as lógicas dos grupos armados e mercados ilegais que disputam. Na mesma senda, pesquisas sobre as teias afetivas ganham espaço crescente e ajudam a ampliar a compreensão dos papéis de grupos armados e mercados ilegais espalhados por e através do arquipélago carcerário brasileiro. Arranjos familiares, amizades, amores sexuais, fraternidades de bairro e de diversão, compromissos congregacionais aparecem como afetos que moldam simpatias e antipatias que se entrelaçam à produção de mercados, governos e normatividades criminais disputadas por grupos armados.
O objetivo do dossiê é agregar trabalhos que analisem conexões diversas entre grupos armados, afetividades e mercados ilegais. Serão considerados trabalhos originais que, baseados em pesquisas empíricas ou revisão de literatura, tragam análises conceituais, apresentação de resultados de pesquisa, reflexões metodológicas. Sugerimos alguns temas, mas estimulamos a proposição de outros que os autores considerem pertinentes ao dossiê: cotidiano em quebradas e prisões; coletivos criminais; microempreendimentos ilegais; relações entre encarcerados e encarceradas em unidades prisionais e alojamentos socioeducativos; estratégias de sobrevivência no cárcere, redes de proteção e apoio, fraternidades criminais; diversão e mercados ilegais; religião e normatividades criminais; satisfação, sonhos e prazeres da juventude periférica; dispositivos de controle e governo do cotidiano periférico; insurgências e colaboração mútua; ciclos de vinganças; e regulação da letalidade.
Proponentes:
- Juliana Torres Y Plá Trevas – doutoranda no Departamento de Sociologia da UFPE e integrante do Grupo de Pesquisa Periferias, Afetos e Economias das Simbolizações – GRUPPAES/UFAL
- Nido Farias dos Santos – doutor em sociologia pela UFPE e integrante do Grupo de Pesquisa Periferias, Afetos e Economias das Simbolizações – GRUPPAES/UFAL
- Ítalo Barbosa Lima Siqueira – doutor em sociologia pela UFC e integrante do LEV – Laboratório de Estudos da Violência da UFC
Saiba mais em: revistas.usp.br/plural