Está disponível a nova edição da Revista Eletrônica de Estudos Urbanos e Regionais e-metropolis! O número 45 traz cinco artigos científicos, incluindo o artigo de capa que explora como o tema da Smart City se relaciona com questões de domínio geoeconômico e geopolítico, além de seção especial e ensaio fotográfico. Conforme o editorial:
Chegamos à metade de 2021 ainda afastados de nossos locais de trabalho. Alunos, professores e pesquisadores há mais de um ano e meio não se encontram mais nas salas, nos corredores e no café. (…) Substituir tais lugares onde surgem e fluem as ideias por espaços virtuais não tem sido tarefa fácil. É nesse contexto que lançamos o número 45 da Revista de Estudos Urbanos e Regionais e-metropolis, com a certeza de que dias melhores virão.
O artigo que abre esta edição, intitulado “Smart City na Disputa pela Hegemonia Digital“, analisa o tema da Smart City a partir das políticas de Estado que visam orientar o desenvolvimento tecnológico, não apenas para a digitalização de serviços urbanos, mas abarcam também uma disputa pelo capital, pelas tecnologias e pelos recursos naturais. Escrito por Teresa Mendes, pesquisadora do Observatório das Metrópoles Núcleo Rio de Janeiro, o texto aborda como o tema vem se direcionando fortemente para o que pode ser denominado como busca pela supremacia tecnológica.
No artigo “Quem são os jovens ‘nem nem’ na Região Metropolitana do Recife“, Antonia Pereira e Silvana Nunes de Queiroz traçam o perfil demográfico e socioeconômico do jovem ‘nem nem’ residente na Região Metropolitana do Recife (RMR). Além de mostrar quem são esses jovens, os resultados revelam a predominância feminina, da raça/cor parda, solteiro(a), residente com os pais, com ensino médio completo ou superior incompleto e baixo rendimento domiciliar per capita.
No terceiro artigo do número, “A Cidade Nova e o Mangue, entre renovação e vazios urbanos: o papel do Estado na produção de desigualdades socioespaciais“, André Bezerra trata do bairro na área central do Rio de Janeiro, alvo de várias intervenções ao longo da história e que tiveram como resultado a produção de uma malha urbana desarticulada e repleta de vazios.
No artigo seguinte, Joaquim Miranda Maloa aborda os principais desafios da urbanização moçambicana contemporânea. Intitulado “Como Fortalecer a Implantação de Infraestruturas e Serviços Urbanos em Moçambique para o Desenvolvimento Urbano“, o artigo mostra que no país, dada sua condição periférica e subdesenvolvida, o crescimento urbano ocorre sem o fortalecimento de infraestrutura e serviços urbanos que garantam conquistas mínimas em termos de qualidade de vida.
Finalizando a seção de artigos, Dora Nathália Teixeira, em “Vazios urbanos na Avenida Brasil: ocupação para fins de habitação nas ruínas fabris“, trata do reaproveitamento de ruínas de antigas fábricas para fins de moradia, com o olhar para as adjacências da icônica Avenida Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, buscando apontamentos sobre diversas questões que envolvem a implementação de políticas públicas dessa natureza.
Na seção especial, intitulada “O planejador é, antes de tudo, um sonhador“, a autora Viviane Amorim Costa reflete sobre a relação de proximidade entre o ofício do planejador urbano e o exercício criativo, problematizando a possibilidade/necessidade de se imaginar cenários ideais, tão comum a profissionais criativos.
Por fim, encerra a edição o ensaio fotográfico “Narrativas pandêmicas e espaciais: a produção do espaço da cidade dentro e fora dos sujeitos em Montes Claros/MG“, de Vinícius Corrêa Araújo e Gustavo Souza Santos. O duplo olhar sobre a cidade de Montes Claros durante a pandemia busca captar não só suas paisagens fixas transformadas recentemente, mas também a mobilidade persistente em meio aos temores e inseguranças dos protocolos de flexibilização.
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Publicada trimestralmente pelo Observatório das Metrópoles, a e-metropolis tem por objetivo suscitar o debate e incentivar a importância da difusão e divulgação científica do campo dos estudos urbanos e regionais. Atualmente, a revista está com chamada de artigos aberta até o dia 31 de outubro de 2021.
As edições mantêm uma estrutura composta por duas partes. Na primeira, encontram-se os artigos estrito senso, que iniciam com um artigo de capa, no qual um especialista convidado aborda um tema relativo ao planejamento urbano e regional e suas interfaces, seguido dos artigos submetidos ao corpo editorial da revista e aprovados por pareceristas, conforme o formato blind-review.
Já a segunda parte é composta, em geral, por entrevistas, resenhas de obras recém-lançadas (livros e filmes), seção especial – que traz a ideia de um texto mais livre e ensaístico sobre temas que tangenciem as questões urbanas – e, finalmente, ensaio fotográfico, que faz pensar sobre as questões do presente da cidade por meio de imagens fotográficas.