Está disponível a Revista Eletrônica de Estudos Urbanos e Regionais e-metropolis nº 40!
Essa edição celebra os 10 anos da publicação e na mensagem especial, escrita por Eliana Kuster (parte do comitê editorial da revista desde a sua criação, em 2010), o destaque é a resistência empenhada por todos(as) que fizeram parte dessa trajetória. Como Eliana ressalta no início do texto, “no Brasil, produzir e divulgar conhecimento, cultura e arte sempre demandou um considerável empenho de todos os envolvidos nessas atividades“. A mensagem também destaca o esforço do corpo editorial para dar visibilidade a temas que não são os mais tradicionais da produção acadêmica sobre o urbano, como a arte, fotografia, cinema e várias outras manifestações da cultura que dialogam com o espaço das cidades e a subjetividade da sociedade.
Como artigo de capa, essa edição traz o texto “Da Refavela ao Koyaanisqatsi, duas músicas para o pó, a lama e o ‘CAUS’“, escrito por Caio Santo Amore, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). O texto constitui uma crônica sobre a atuação do Coletivo CAUS na região metropolitana do Recife, capital de Pernambuco. Junto à equipe do CAUS, o autor relata a sua visita a dois assentamentos populares sob ameaça de remoção e apresenta as suas reflexões sobre o sentido da palavra “favela” a partir de Paulo Freire, correlacionando essa experiência com o caso de Pruitt-Igoe, projeto habitacional implementado entre 1954 e 1955, na cidade de St. Louis, no Missouri, Estados Unidos.
O artigo seguinte, intitulado “Rent-seeking urbano, planejamento urbano e valor imobiliário: quem manda e desmanda na cidade?“, foi escrito por Wrana Panizzi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e aborda o exercício do poder nas cidades, especialmente as brasileiras, a partir da ação do mercado, dos proprietários de terras e das grandes empresas construtoras.
No texto “Favela olímpica e pós-olímpica: um olhar atualizado sobre as dinâmicas comerciais e turísticas no Vidigal no período 2012-2018“, a pesquisadora Nayana Bonamichi lança mão dos conceitos de turistificação e gentrificação turística para analisar os impactos socioeconômicos e espaciais em uma favela localizada na cidade do Rio de Janeiro.
Já o artigo “Produção do espaço urbano, financeirização e gestão urbana nas metrópoles e cidades na atualidade“, escrito por Paulo Roberto Soares, coordenador do Observatório das Metrópoles Núcleo Porto Alegre, aborda o tema da produção das cidades e metrópoles brasileiras na atualidade, apontando sua dependência aos processos de globalização e financeirização.
Encerra a seção de artigos o texto “As transformações recentes das periferias do vetor sul de Belo Horizonte: quais impactos sobre acessibilidade aos equipamentos urbanos?“, escrito por Eugênia Viana Cerqueira. O trabalho tem como contexto o processo de intensificação do espraiamento urbano do vetor sul da capital mineira nos últimos anos.
Na entrevista deste número (“Trajetória e acaso: o arquiteto que subiu a Rocinha“), Fernanda Petrus e Thaís Velasco conversaram com Luiz Carlos Toledo, arquiteto e urbanista atuante na área da habitação de interesse social e testemunha viva de etapas importantes do planejamento urbano no Brasil. Toledo acumula em seu currículo diversos projetos de significativo impacto social, o que inclui sua atuação na Favela da Rocinha.
Na Seção Especial, o professor Robert Pechman e o fotógrafo Walter Firmo nos fazem passear em “Nas frestas da cidade“. Em uma composição entre imagens do cotidiano urbano e palavras que tematizam liricamente essas imagens, podemos encontrar fragmentos de um olhar atento à banalidade, àquilo que é ordinário, àquilo que faz oposição contínua à espetacularização, e que, por isso mesmo, em seus flagrantes, confere uma poética do dia-a-dia e dos (des)encontros na cidade.
O ensaio fotográfico “[P]roduzido no Brasil” busca, através de registros fotográficos, refletir sobre a desigualdade socioambiental e espacial a partir dos olhares de Igor Chaves e Gabriel Araújo sobre a comunidade Vila Nova Esperança, localizada em São Paulo.
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Publicada trimestralmente pelo Observatório das Metrópoles, a revista e-metropolis tem por objetivo suscitar o debate e incentivar a importância da difusão e divulgação científica do campo dos estudos urbanos e regionais.
As edições mantêm uma estrutura composta por duas partes. Na primeira, encontram-se os artigos estrito senso, que iniciam com um artigo de capa, no qual um especialista convidado aborda um tema relativo ao planejamento urbano e regional e suas interfaces, seguido dos artigos submetidos ao corpo editorial da revista e aprovados por pareceristas, conforme o formato blind-review.
Já a segunda parte é composta, em geral, por entrevistas, resenhas de obras recém-lançadas (livros e filmes), seção especial – que traz a ideia de um texto mais livre e ensaístico sobre temas que tangenciem as questões urbanas – e, finalmente, ensaio fotográfico, que faz pensar sobre as questões do presente da cidade por meio de imagens fotográficas.