“Do incentivo ao controle: O debate sobre verticalização na cidade de João Pessoa (1956-1974)” de autoria de Fúlvio Teixeira de Barros Pereira aborda a mudança na paisagem da capital da Paraíba a partir de sua verticalização sob o signo da arquitetura moderna e sua relação com o mercado e, principalmente, com o estado. Em “Arquitetura Moderna em Campinas: o Edifício Itatiaia” os autores Roberto Silva Leme e Ivone Salgado analisam os edifícios de habitação coletiva e a verticalização urbana. Sua relação com a legislação é discutida agregada aos ideais modernos, destacando-se a obra de Oscar Niemeyer, o edifício Itatiaia, como paradigma desses ideais.
Tatiana Midori Nakanishi a partir de oito projetos de Marcos Acayaba descreve e analisa no artigo “Arquitetura e Domínio Técnico nas Obras de Marcos Acayaba” suas soluções construtivas valendo-se de dados coletados em visitas às obras e entrevistas com o arquiteto e seus parceiros profissionais, destacando a interação entre domínio técnico e pensamento arquitetônico. Já Aline Nassaralla Regino e Rafael Antonio Cunha Perrone no texto “Eduardo Augusto Kneese de Mello: sua contribuição para habitação coletiva em São Paulo”, além de reverem uma face da produção do arquiteto, também, através de oito projetos, recuperam a importância do conjunto de sua produção arquitetônica e teórica para a afirmação da arquitetura moderna em São Paulo.
Em “Déficit Habitacional: Um Problema a ser Resolvido ou uma Lição a ser Aprendida?” Denise Morado Nascimento e Raquel Carvalho de Queiroz Braga trazem uma relevante contribuição às discussões de políticas habitacionais, ao exporem a construção histórica do conceito de déficit habitacional e questionarem sua conseqüência, criticando o entendimento de concentrar exclusivamente a solução do problema habitacional brasileiro no aumento de estoque de unidades de habitação. O artigo de Heitor de Andrade Silva, Maria Cristina de Morais e Rubenilson Brazão Teixeira “Planejamento Urbano e Participação Popular: Uma Experiência de Ensino e Extensão no Bairro Ponta Negra, Natal/RN” problematiza uma estratégia desenvolvida no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, cujo objetivo, através de elaboração de proposta de Plano de Uso e Ocupação do Solo da Área Especial de Interesse Social (AEIS) da Vila de Ponta Negra, procurou integrar o aprendizado ao estudo e resposta a uma situação efetiva.
“Segregação Sócio Espacial: Contradições Presentes em Palmas – TO” de Jonathas Magalhães Pereira da Silva questiona as possibilidades da cidade cumprir sua função social. Partindo da análise comparativa entre, o plano urbanístico original da cidade, o atual plano diretor municipal e as ações do governo do estado, explicitando interesses contraditórios, que no caminho inverso, provocaram a segregação socioespacial. Esta, reforçada pela atuação do próprio poder público, conforma uma ocupação dispersa com elevados custos sociais.
Já em “O desenvolvimento urbano de Areia/PB: contribuição aos estudos de morfologia e história urbana no Brasil,” a análise de Fernando Diniz Moreira e Carla Gisele Macedo Santos Martins Moraes busca inscrever a cidade no quadro dos sítios urbanos conformados no período colonial, revelando elementos que permitem identificar a importância de Areia, suas peculiaridades e seus pontos de contato com exemplos significativos dos estudos urbanos brasileiros.
A importância e o significado dos museus na cultura contemporânea integram uma das linhas do debate arquitetônico, particularmente, aquela que conecta a própria cultura a constituição de espaços públicos na cidade. A partir de dois estudos de caso: o Museu Guggenheim de Bilbao e a Nova sede da Fundação Iberê Camargo de Porto Alegre Antonio Aparecido Fabiano Junior discute o “papel demarcatório” da arquitetura frente a essa situação.
Softwares gráficos. Não se discute mais a sua utilização, fazem parte da realidade. Entretanto, há uma discussão, dentre várias, ainda em aberto: são ferramentas de apoio, ou integram a criatividade do fazer arquitetônico? Em “CAAD e Criatividade, uma experiência com arquitetura fractal,” inferindo qualidades positivas, os autores Maycon Ricardo Sedrez e Alice Cybis Pereira através de experiências didáticas abordam o potencial dos fractais como sistema generativo de formas no projeto arquitetônico assistido por computador (CAAD).
Completando a seção “artigos e ensaios”, em “As práticas de representação luso-brasileiras seiscento-setecentistas: a arte como pedagogia retórica” Daniele Nunes Caetano de Sá e Veruska Nicole Soares Naves discutem a produção das práticas de representação luso-brasileiras nos séculos XVI e XVII e a recepção e juízo estético como meios de reafirmar a teologia-política que estruturava hierarquicamente a sociedade.
Por fim, na seção “referência” Risco trás um artigo instigante de Clive Dilnot “The Decisive Text: on Begining to Read Heidegger‘s “Building, Dwelling and Thinking”, com tradução e apresentação de Valéria Eugênia Garcia, para quem o artigo de Dilnot interpreta o objetivo central do conhecido texto de Heidegger como sendo a necessidade de “re-colocar o pensar arquitetônico em seu nível fundacional, para além das possibilidades historicistas e historiográficas, na construção de seu vir-a-ser como categoria”.
Solicitamos a todos os colegas, a colaboração na divulgação desse veículo de pesquisa fortemente interessado na ampliação do debate teórico, histórico e crítico em arquitetura e urbanismo.