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Ana Lúcia Rodrigues, coordenadora do Observatório das Metrópoles Núcleo Maringá. Foto: Izabela Bombo

A maioria das pessoas em situação de rua em Maringá é homem, negro e com baixa escolaridade. É o que aponta a pesquisa “A População em Situação de Rua em Maringá: Desconstruindo a Invisibilidade”, realizada pelo Observatório das Metrópoles.

No dia 09 de dezembro, os resultados do levantamento foram apresentados durante uma audiência pública que contou com a participação da comunidade, secretários municipais e representantes de instituições e entidades voltadas para o atendimento de pessoas em situação de rua.

Nesta 5ª edição, a pesquisa mostrou que a população de rua aumentou 27% na cidade em relação a 2018. Foram abordadas 450 pessoas em situação de rua, das quais 294 foram entrevistadas e 156 se recusaram a responder as perguntas. Desse total, 48% estavam em centros de acolhimento e 52% na rua.

O número de pessoas em centros de acolhimentos abordadas pela pesquisa vem aumentando desde 2017. No ano passado, por exemplo, 41% estavam em centros de acolhimento e 59% na rua. De acordo com a análise comparativa dos cinco anos, o albergue é frequentado por 18% dos que estão na rua, mas o local onde a maioria dorme é na calçada (36%). Outro dado que chama atenção é que 43% estão em situação de rua há no máximo um ano.

Desde 2015, quando houve a primeira edição da pesquisa, o número de moradores em situação de rua aumentou 84%. No entanto, esse crescimento vem acompanhado de outra realidade: 93% gostariam de sair das ruas. Para deixarem essa situação, eles apontam como motivações emprego, tratamento, família e moradia.

Para a coordenadora do Observatório das Metrópoles Núcleo Maringá, Ana Lúcia Rodrigues, a pesquisa mostra que as pessoas em situação de rua são o retrato da desigualdade social no Brasil.

Todas as dificuldades que uma pessoa tem para se integrar na vida urbana, essas pessoas representam. Elas não apenas representam a desigualdade social, mas expressam a mais perfeita expressão da nossa sociedade desigual, contraditória e injusta”.

Segundo Ana Lúcia, é urgente que o município revise e amplie os serviços à população de rua como o Consultório na Rua, o Centro Pop e o Portal da Inclusão. Ela também aponta como medidas a transformação em lei da política de assistência à população em situação de rua e a retomada das atividades do Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em Situação de Rua.

Confira a apresentação completa dos resultados: CLIQUE AQUI.

Confira o relatório comparativo dos anos 2015-2019: CLIQUE AQUI.

Na imagem, a coordenadora do Observatório das Metrópoles Núcleo Maringá, Ana Lúcia Rodrigues. Foto: Izabela Bombo

 

Público presente durante a apresentação dos resultados da pesquisa. Foto: Izabela Bombo