Na edição nº 32 da Revista e-metropolis, um dos destaques é a resenha do livro “Quando a rua vira casa” (originalmente publicado em 1989 e hoje em sua 4ª edição). De autoria da pesquisadora Priscilla Xavier, a resenha procura destacar as qualidades que fazem do trabalho um clássico das ciências sociais.
A obra “Quando a rua vira casa” é o relatório final de um trabalho de equipe desenvolvido em 1979, no bairro do Catumbi e na Selva de Pedra, na cidade do Rio de Janeiro, junto ao Centro de Pesquisas Urbanas do Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Com o enquadramento conceitual e metodológico a cargo de Arno Voguel e Marco Antonio Mello, e registros visuais de Orlando Mollina, o relatório da pesquisa “Espaço social e lazer, estudo antropológico e arquitetônico do bairro Catumbi” se consolidou como uma leitura densa, de um recorte metropolitano carioca, abarcando a materialidade e o simbólico, as afetividades e o cotidiano, com cerne antropológico e viés crítico.
Segundo Priscilla Xavier, a apresentação da 4ª edição, escrita por Felipe Berocan Veiga e Soraya Silveira Simões, é loquaz ao discorrer sobre a necessidade e o quilate da reedição. Conduz o leitor à conjuntura política, social e econômica que animou o trabalho de pesquisa, um período de intensas transformações urbanísticas que adaptavam a cidade do Rio de Janeiro a um projeto de integração nacional, com peso na concepção urbanística racional e progressista.
Simultaneamente, remontam o estado da arte das pesquisas sobre o urbano, deflagrando por um lado um certo ineditismo do investimento antropológico para produzir compreensões sobre o fenômeno urbano no Rio de Janeiro, e por outro a necessidade de aproximação dos conceitos e metodologias das Ciências Sociais ao campo da Arquitetura e do Urbanismo.
“A costura da conjuntura, de questões urbanísticas, antropológicas, sociológicas e políticas, mais do que ratificar a relevância do trabalho como um marco nas pesquisas do campo disciplinar da Antropologia Urbana, atualiza o conteúdo e endereça o livro como essencial à formação dos que se dedicam aos fenômenos urbanos”, aponta Xavier.
Leia a resenha completa no site da Revista e-metropolis.