A 2ª resenha da Revista e-metropolis nº 32 versa sobre o filme Corpo elétrico, para o qual Eduardo Miranda Silva lança um olhar não centrado somente na problemática queer, mas também nas relações de classe que atravessam a trama. Em diálogo com as transformações na produção cinematográfica brasileira nas três últimas décadas, o autor discorre sobre o encontro entre a micropolítica dos corpos (corpos gays, trans e negros) e a macropolítica do trabalho, que se revela na obra dirigida pelo cineasta mineiro Marcelo Caetano.
Conforme escreve Eduardo Miranda Silva, ao tornar ambíguo o corpo do qual fala em Corpo elétrico, o diretor Marcelo Caetano toca na ferida da produção artística e força o encontro de estruturas e sujeitos, do capitalismo, como grande narrativa que foi nas últimas décadas, ao encontro e de encontro aos corpos como resistência de uma microrrevolução.
“Pelos cartazes e fotos para divulgar o filme, pelo elenco, que inclui MC Linn da Quebrada e Márcia Pantera, e pela urgência da agenda LGBT, tudo leva a crer que estamos diante apenas de um filme com questões referentes a sexualidade e gênero. Contudo, a segunda camada do longa-metragem torna patente também a relação do corpo-máquina que não pode parar de produzir quando submetido à engrenagem do capitalismo. Por isso, a micropolítica dos corpos gays se choca com a macropolítica do trabalho, e a sexualidade se faz primeiro subterfúgio e, depois, resistência ao império do corpo-máquina apenas para servir à economia do dinheiro e não ao prazer”.
Leia a resenha completa “A eletricidade dos corpos contra a eletricidade do capitalismo” no site da Revista e-metropolis.