Neste artigo Luciana Teixeira de Andrade e Alexandre Magno A. Diniz analisam a distribuição espacial e temporal dos homicídios no Brasil a partir dos anos 1980, quando se verifica forte incremento nas taxas de homicídios, bem como sua evolução nas três décadas seguintes, 1990, 2000 e 2010. Além da análise da distribuição espacial e temporal, o trabalho aponta que a reorganização da violência no território nacional estudada pelos registros dos homicídios revela um processo complexo que vai além do que se convencionou chamar de interiorização da violência.
O artigo “A reorganização espacial dos homicídios no Brasil e a tese da interiorização”, de Luciana Teixeira de Andrade e Alexandre Magno Alves Diniz, foi publicado originalmente na Revista Brasileira de Estudos de População. O trabalho parte da análise da distribuição espacial e temporal dos homicídios no Brasil a partir dos anos 1980, quando se verifica forte incremento nas taxas de homicídios, bem como sua evolução nas três décadas seguintes, 1990, 2000 e 2010, quando ocorrem processos distintos, tais como: queda, crescimento e estabilização nas diferentes regiões do país. A fonte principal dessa primeira parte são as seguidas edições do Mapa da violência (WAISELFISZ, 1998, 2004, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011).
Além da análise da distribuição espacial e temporal, o artigo aborda a tese da interiorização difundida por esses estudos. Em seguida, a partir de um período mais concentrado (1999 a 2006), é realizada a análise geográfica dos homicídios no Brasil no contexto de suas macrorregiões, explorando e qualificando os fenômenos da “interiorização” e “disseminação da violência”. Para tanto, são utilizados os registros de homicídios do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde para a produção de taxas de risco e mapeamento “coroplético” no plano municipal.
A tese mais geral é de que a reorganização da violência no território nacional estudada pelos registros dos homicídios revela um processo complexo que vai além do que se convencionou a chamar de interiorização da violência. Há uma reorganização que obedece a algumas lógicas de aglomeração, com presença de claros efeitos de contágio e formação de clusters de homicídios em áreas que, nos últimos anos, apresentaram algum dinamismo econômico ou reorganização do espaço em virtude de mudanças em suas formas de usos e funções.
Acesse o artigo completo aqui.