Mudanças recentes na administração pública e planejamento urbano em Medellín (Colômbia) são frequentemente apresentadas como um todo indiferenciado, onde o governo municipal toma a iniciativa e a população local acompanha tudo passivamente. A questão fundamental é que, apesar da dinâmica geral da cidade de Medellín, cada comuna (divisão político-administrativa da cidade) tem sua própria lógica e seu modo de articular as ações e políticas municipais. Este é, por exemplo, o caso da Comuna 1, no qual podemos ver através dos espaços abertos por programas municipais, como o de Planejamento e Orçamento Participativo e o de Projetos Urbanos Integrais – PUI, a expressão de um tipo de cidadania insurgente que, a partir de uma dialética de cooperação e de conflito com o Governo Municipal, tem sido capaz de propor um Plano de Desenvolvimento Local que inclui linhas de desenvolvimento urbano e habitação para os moradores do município. Caso ligeiramente diferente é o da Comuna 13, onde apesar do urbanismo social e de registrar os maiores investimentos da Prefeitura de Medellín nos últimos oito anos, os níveis de violência parecem relutantes em baixar, escondendo no fundo práticas ilegais e vícios políticos que atuam contra as organizações comunitárias e o próprio Estado nas disputas pelo controle territorial. O artigo de Omar Uran destaca que um projeto urbano, mesmo que seja social e/ou participativo, precisa reconhecer politicamente a população local, suas diferenças e seus espaços, do contrário será apenas mais uma obra vazia que não chega a desenvolver a institucionalidade e menos, ainda, a cultura democrática local.
Acesse o artigo de Omar Uran na e-metropolis 08