Escrito por Jefferson Santos Fernandes, José Borzacchiello da Silva e Alexsandra Maria Vieira Muniz, pesquisadores do Núcleo Fortaleza, o artigo “Pandemia além da metrópole: análise da interiorização da Covid-19 no estado do Ceará” apresenta uma análise do processo de interiorização da pandemia e o seu impacto no território cearense.
Publicado no “Dossiê Aspectos geográficos da pandemia de Covid-19” da Confins – Revista Franco-Brasileira de Geografia, o artigo realiza uma discussão sobre a rede urbana e a organização regional dos serviços de saúde no Ceará.
Os resultados mostram que, no Ceará, a rede urbana dos serviços de saúde é, ao mesmo tempo, não inclusiva, sobreposta e concentrada na capital Fortaleza e em poucos centros urbanos intermediários. De acordo com os autores, a crise provocada pela Covid-19 exacerbou a necessidade de fortalecimento das redes locais de saúde e das formas de proteção social para a população economicamente mais vulnerável.
Confira o resumo:
A pandemia do novo Coronavírus é um fenômeno espacial diretamente relacionado ao fluxo de pessoas no território e, por isso, as grandes metrópoles foram o epicentro inicial da atual crise de saúde. No entanto, a circulação do vírus nas pequenas cidades se tornou um importante foco das atenções dos gestores públicos devido à falta de infraestrutura hospitalar. Nesta pesquisa, analisamos o processo de interiorização da Covid-19 no estado do Ceará. A consecução do trabalho se deu a partir da revisão da literatura, análise estatística e construção de mapas temáticos. O desequilíbrio da rede urbana cearense e as desigualdades socioespaciais no acesso aos serviços de saúde constituem uma barreira para as ações de enfretamento à pandemia. A Covid-19 exacerbou a necessidade de fortalecimento das redes locais de saúde e de proteção social à população economicamente mais vulnerável.
Palavras-chave: Pandemia, rede urbana, serviços de saúde, Ceará, pequenas cidades.