Doutor em Geografia Social e Cultural pela Universidade de Ottawa, Pierre-Mathieu Le Bel, discute o “legado” dos Jogos Olímpicos a partir da experiência de Montreal, tentando antecipar um processo que será atravessado pelo Rio de Janeiro em 2016. O autor mostra a experiência da cidade canadense e os problemas relacionados às instalações Olímpicas – desde a sua concepção até os dias de hoje, enfatizando as mudanças percebidas na relação entre os residentes e a cidade após a realização dos Jogos.
A primeira parte do artigo apresenta o contexto histórico no qual Montreal foi escolhida para os Jogos Olímpicos de 1976. Naquele momento, o COI passava por uma situação financeira delicada e escolheu Montreal por conta de sua proposta minimalista, com um custo menor em relação à infraestrutura dos jogos. No processo de planejamento e execução das obras, o que se viu foi a falta de transparência e de diálogo com a população da cidade.
Quanto à questão econômica, os Jogos Olímpicos de Montreal também teriam sido um desastre. Dos 124 milhões de dólares previstos, segundo o orçamento inicial, eles acabaram custando mais de 1 bilhão e 400 milhões de dólares. Os Jogos de 1976 também foram os que tiveram mais dinheiro público investido, cerca de 85% do orçamento, valor somente superado pelos investimentos feitos na edição posterior de 1980 em Moscou, cidade que, até então, vivia sob um regime socialista.
Já na segunda parte do texto, o autor comenta sobre o legado que ficou para a população da cidade, e o alto custeio para a manutenção das instalações olímpicas.
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