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Observatório e IBGE: avanços nos estudos sobre as metrópoles

By 20/07/2011dezembro 4th, 2017Notícias

Pesquisadores do INCT Observatório das Metrópoles participaram de encontro com a Diretoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Realizada na sede do IBGE no começo de julho, a reunião  teve como objetivo firmar cooperação nos campos da pesquisa, da formação e da difusão de informação.

Na oportunidade, a diretora interina de Pesquisas do IBGE, Zélia Magalhães, apresentou os dados que já foram disponibilizados pelo instituto, bem como o calendário de divulgação. Já o diretor de Geociências, Luiz Paulo Souto, e a coordenadora de Estruturas Territoriais, Miriam Mattos da Silva, apresentaram a nova Malha territorial, o modo como essa malha foi construída e quais seus avanços em relação à malha censitária de 2000.

 

A importância dos dados do IBGE

Para os pesquisadores do Observatório das Metrópoles, o acesso aos dados do Censo 2010 é fundamental para pesquisas desenvolvidas no âmbito do programa Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT. Tais como as pesquisas que investigam as transformações socioespaciais, as que estudam a dinâmica demográfica e aquelas que tratam da relação da organização social do território e desigualdade nas áreas metropolitanas. Informações provenientes do IBGE são fundamentais, por exemplo, para a elaboração da tipologia socioespacial, que é a principal ferramenta para o estudo da evolução da estrutura socioespacial das metrópoles.

Segundo o coordenador nacional do Observatório das Metrópoles, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, o encontro serviu para avaliar uma interação mais sistemática entre IBGE e Observatório, o que implica além do desenvolvimento conceitual, o aprimoramento de metodologias e de ferramentas para a análise das regiões metropolitanas.

Outro ponto importante da cooperação, destacado pelo professor Luiz Cesar Ribeiro e pelo diretor Executivo do IBGE, Sérgio Cortes, é a possibilidade de programas de pós-graduação da rede INCT Observatório das Metrópoles receberem técnicos e pesquisadores do IBGE.

Perfis metropolitanos

O Observatório das Metrópoles tem divulgado uma série de análises relativas aos primeiros resultados do Censo 2010.  Os primeiros dados revelam que as metrópoles não perdem população e o quadro da distribuição da população brasileira é um pouco diferente daquele que, às vezes, tem sido veiculado através das recentes notícias nos diversos meios de comunicação (Ver: “Censo 2010: as metrópoles ainda crescem” e “As Metrópoles no Censo 2010: novas tendências?”).

A rede de pesquisadores do instituto, presente em 15 regiões metropolitanas do país, será responsável pela avaliação dos dados com o objetivo de oferecer ao meio acadêmico e à sociedade um primeiro quadro das transformações demográficas vividas pelas metrópoles brasileiras.

Com base nos primeiros dados do Censo 2010 disponibilizados pelo IBGE, uma análise desenvolvida pelo Observatório para o conjunto das áreas metropolitanas verificou importantes alterações na composição da população (acesse o trabalho aqui).  Essa primeira análise mostra que a população masculina registrou um aumento de 12,4% na população, enquanto o incremento na população feminina foi de 13,5%. Neste caso, as principais regiões metropolitanas acompanham as mudanças no país.

Os resultados mostram também que as metrópoles acompanham o Brasil na tendência de envelhecimento populacional. No entanto, especialmente nas 15 principais regiões metropolitanas, há um predomínio maior da população em idade ativa. Situação essa que mantém estreita relação com a dinâmica do mercado de trabalho impactando nas condições de inserção ocupacional desta população. Ainda foi possível perceber que a dinâmica demográfica dos núcleos metropolitanos – município(s) centrais – é representativa de uma sociedade em estágio mais avançado do processo de envelhecimento populacional, com uma pirâmide etária que já tende cada vez mais ao estreitamento da base e distinção um pouco mais reduzida entre os grupos de idade.

Nestes municípios, em 2010, o grupo etário com maior participação é o de 25 a 29 anos, já expressando o maior envelhecimento de sua população. Muito semelhante à pirâmide geral das 15 RMs (até pelo fato de serem estes núcleos sua maior expressão), a população em idade ativa tem maior relevância na participação da população total. Apesar dessa semelhança, nos núcleos é possível notar que a base da pirâmide está mais estreita do que nos demais recortes espaciais analisados, revelando certamente uma fecundidade ainda mais reduzida. Além disso, a participação dos idosos é maior. Ao mesmo tempo, nas periferias metropolitanas, a mesma análise mostra que a mudança na estrutura etária se assemelha ao núcleo, entretanto em patamares menos avançados. Na periferia a população é mais jovem, embora tenha ocorrido uma diminuição em relação a 2000. No geral, são lugares com estrutura estaria menos envelhecida onde predomina os grupos etários de 10 a 29 anos de idade.

Censo 2010: análises das regiões metropolitanas

Dando continuidade às análises com base nos dados do Censo 2010, os núcleos da rede Observatório das Metrópoles, presentes em 15 regiões metropolitanas do país, serão responsáveis pela análise dos dados com o objetivo de oferecer ao meio acadêmico e à sociedade um primeiro quadro das transformações demográficas vividas por cada uma das metrópoles brasileiras.

Veja o que já foi publicado e o cronograma de divulgação até o fim de agosto.

Censo 2010: o estado e a metrópole do Rio de Janeiro

Censo 2010: Paraná mais urbano e mais idoso

As metrópoles no Censo 2010: quem somos?

Cronograma – Censo 2010 – perfis das metrópoles

20 de julho: Porto Alegre

27 de julho: Brasília – Belo Horizonte

3 de agosto: Fortaleza – Goiânia

10 de agosto: Recife – Belém

17 de agosto: Vitória – Salvador

24 de agosto: Natal – São Paulo/Santos