Imagem da cidade de Belém (Crédito: Web/Reprodução)
O Núcleo Belém do Observatório das Metrópoles tem monitorado as políticas urbanas (habitação, saneamento e mobilidade) na Região Metropolitana de Belém. Trata-se de uma pesquisa em rede, existente no Brasil desde meados da década de 1990, sediada na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR-UFRJ), coordenada nacionalmente pelos professores Luiz César de Queiroz Ribeiro e Sérgio de Azevedo. No Pará, a sede do Observatório funciona no Laboratório Cidades na Amazônia, na Faculdade de Arquitetura da UFPA, e é coordenado pelo professor Juliano Ximenes.
Na UFPA, o Núcleo Belém funciona com a Faculdade de Ciências Econômicas e está em expansão para outras unidades da Universidade. Possui também estudantes vinculados a projetos de pesquisa específicos, à graduação, ao mestrado e ao doutorado. Cada ciclo de financiamento da pesquisa tem um tema geral. A ideia é mapear a relação entre mercado de trabalho, renda e acesso aos ativos urbanos, como a infraestrutura, os equipamentos públicos (educação, saúde).
O projeto funciona de modo a comparar estruturas sociais das metrópoles, referentes tanto às suas populações quanto às suas localizações, isto é, em termos de disponibilidade de infraestrutura, de equipamentos urbanos, de serviços urbanos como os transportes. Recentemente, o projeto vem incorporando a discussão das elites urbanas e metropolitanas e supra-metropolitanas, por meio do conceito de regimes urbanos, de mapeamento de agentes e setores de maior proeminência política, institucional e econômica no contexto local; essa dimensão política é lida de modo associado com a dimensão de financeirização da riqueza.
LABORATÓRIO. O Laboratório Cidades na Amazônia funciona como grupo de pesquisa. O grupo se formalizou em 2004 e vem agregando pessoal e escopo de pesquisas, assessorias e extensão universitária. Lecionam, pesquisam e fazem extensão, na área do Planejamento Urbano e Regional e do Urbanismo, com foco no fenômeno amazônico da urbanização e da estruturação territorial regional.
PESQUISA EM REDE. O INCT Observatório das Metrópoles tem divulgado sua produção por meio de seminários e publicações. Além de revistas científicas, a rede publicou 14 livros sobre as principais regiões metropolitanas brasileiras, com o subtítulo “Metrópoles: transformações na ordem urbana”. O livro sobre Belém pode ser encontrado no site (acesse aqui).
A ideia de pesquisas em rede pretende colocar pesquisadores de diferentes instituições, realidades e localizações para gerar dados e análises comparáveis, e para constituir um estado da arte de determinado debate teórico, metodológico ou técnico. Sendo assim, o Observatório das Metrópoles propõe-se a ser um fórum de discussão e apresentação do debate e de análises aprofundadas sobre a dinâmica urbano-metropolitana do Brasil.
Segundo dados das últimas décadas, o Brasil tem abrigado entre um quarto e um terço de sua população em concentração nas regiões metropolitanas. Para o coordenador do projeto na UFPA, professor Juliano Pamplona Ximenes, este dado é relevante por haver enorme concentração de meios, de instituições públicas e privadas, de capitais e de poder decisório espacialmente baseado nas regiões metropolitanas. Por conseguinte, essas cidades possuem papel relevante na política, na condução da economia, do mercado de trabalho e na articulação regional brasileira.
DESIGUALDADE. Um tema central do Observatório das Metrópoles é a crítica e a análise dos padrões da morfologia social da população metropolitana e da desigualdade em diversos aspectos. “A desigualdade é tema crítico, delicado, pois se revela como problema do ponto de vista da constituição de vínculos sociais, de relações de produção e de hegemonia política em uma sociedade. Uma sociedade com altos níveis de desigualdade social e econômica como a nossa produz, invariavelmente, mecanismos de coesão, como a religião e a moral, mas também produz formas de violência, de controle, de disciplinamento e de dominação”, explica o coordenador.
Para Juliano Pamplona Ximenes, a importância do projeto seria pensar a cidade metropolitana brasileira, centro da economia mais moderna do país e local emissor de decisões importantes sobre toda a dimensão nacional, com suas vantagens e, sobretudo, desvantagens. A pesquisa e o grupo são referências para o debate sobre o rumo da urbanização brasileira contemporânea.
O ciclo de pesquisa do Projeto Observatório das Metrópoles pressupõe o estudo das elites (políticas e econômicas) locais e regionais, e a identificação dos agentes proeminentes em produzir o urbano e o metropolitano no país. Está envolvido, ainda, na análise e avaliação de políticas de habitação,no saneamento básico e nos transportes urbanos.
Desde 2009, o Observatório das Metrópoles é um INCT-CNPq, ou seja, um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, chancelado e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do MCTI, pelo governo federal. Há Núcleos Regionais e Metropolitanos, articulados em Rede Nacional.
Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no site do Labcam.
» Texto produzido por Assessoria de Comunicação da UFPA — divulgamos o texto por se tratar de matéria institucional da Rede INCT Observatório das Metrópoles.