isbn | 9788577859399
Observatório das Metrópoles nas Eleições: um outro futuro é possível – Recife
De modo geral, as grandes metrópoles brasileiras, incluindo o Recife, alimentam um padrão de crescimento sustentado pela reprodução das desigualdades e da segregação socioespacial. Caracterizada como uma das capitais mais desiguais do país, o Recife apresenta elevados indicadores de pobreza acumulados historicamente. Em 2021, o município foi classificado pelo índice Gini como a 2ª metrópole mais desigual do Brasil. De lá para cá, o Recife abandonou esse posto e caiu para a 6ª posição no país, em 2023. Nesse aspecto, considerando certa contestação sobre o real alcance dessa mudança, é válido perguntar: se o Recife parece ter prosperado nestes últimos anos, essa prosperidade conseguiu atingir todas as camadas sociais de forma justa e igualitária?
A partir desse questionamento, o Observatório PE de Políticas Públicas e Práticas Socioespaciais, que é o Núcleo Recife do Observatório das Metrópoles, refletirá aspectos sociais e urbanísticos que cercam a metrópole pernambucana e os seus respectivos municípios metropolitanos através de artigos de opinião, que foram transmitidos nos veículos jornalísticos Marco Zero Conteúdo e Brasil de Fato Pernambuco. A iniciativa parte de uma articulação nacional realizada pelo Observatório das Metrópoles (OM), um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), ou seja, grupo de pesquisa que impulsiona os limites da investigação e compreensão das questões metropolitanas, levando-as a um patamar mais elevado. O OM é composto por 18 núcleos de pesquisa sobre as metrópoles brasileiras, trabalhando de forma sistemática e articulada a respeito dos desafios referentes ao desenvolvimento do país nas grandes aglomerações urbanas.
A idealização dos artigos surge no ano de eleições municipais, em que estão sendo discutidas propostas para o futuro de todas as cidades do país. Por isso, os 18 núcleos do OM refletirão temas relevantes sobre os seus municípios de pesquisa em eixos temáticos pré-definidos pela coordenação nacional. O coordenador Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro destaca que o objetivo dessa ação “é incidir na agenda pública, no momento eleitoral deste ano, com a elaboração e publicação de 240 artigos de opinião produzidos pelo coletivo de pesquisadoras e pesquisadores integrantes dos 18 núcleos do observatório”.
É nesse contexto que o Núcleo Recife indaga quais são os grandes desafios da cidade e propõe soluções para diminuir as assimetrias sociais da capital. Nos últimos anos, o cenário de desenvolvimento recifense parece ter se dividido em dois eixos antagônicos que favorecem as desigualdades sociais. Nesse processo, estão as propostas de renovação urbana em áreas históricas e centrais que favorecem as elites, enquanto ocorre a expansão de áreas pobres informais em áreas periféricas e sensíveis. As questões relativas à desigualdade socioespacial, à precariedade e vulnerabilidade socioambiental e à gestão democrática da metrópole perpassam esses eixos e suas dinâmicas.
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