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Por Humberto Meza¹
Demostenes Moraes²
Renato Pequeno³

Em janeiro deste ano, o INCT Observatório das Metrópoles iniciou uma série de publicações de artigos de opinião, em inúmeros veículos de comunicação de todo o Brasil. O projeto “Observatório das Metrópoles nas Eleições: um outro futuro é possível”, tem abordado, a cada mês, um tema objeto de reflexão dos núcleos regionais da rede. No total, serão produzidos 240 artigos, com o objetivo de incidir na agenda pública no momento eleitoral deste ano. No mês de março, o tema central foi gestão democrática e participação cidadã.

Esta participação social para o planejamento urbano e a gestão democrática das metrópoles brasileiras – incluindo seus desafios, gargalos e alcances – considera as particularidades locais, mas com elos em comum: democratizar radicalmente, a partir da incidência política de coletivos e articulações urbanas nos mecanismos e nas vias institucionais da participação, aproveitando a retomada participativa emanada da esfera federal a partir de 2023.

Foto: Ricardo Stuckert/PR.

Contrariando o apagão participativo que se estendeu desde 2019, com a extinção formal de Conselhos e Conferências Setoriais, o Brasil experimenta, desde o ano passado, uma nova inflexão política acarretada pela instauração do Conselho de Participação Social, no âmbito da Secretaria Geral de Presidência. A frequência dos encontros do Fórum Interconselhos e os vínculos dessas estruturas com mais de 50 organizações da sociedade civil, possibilita uma reativação participativa na escala local.

É nesse espaço onde os desafios para a dinamização efetiva da participação acontecem. Trata-se de dificuldades para que a agenda de coletivos e organizações se incorpore nas políticas públicas, falta de capacidade dos governos locais para reagir à riqueza das inovações sociais, conformação de espaços públicos onde as disputas são desiguais e, geralmente, sob o domínio do mercado e dos agentes imobiliários.

Todos os artigos publicados neste mês diagnosticam claramente esses desafios, mas também conseguem apresentar alternativas para a reconstrução da democracia participativa. É possível avançar com inovações o que foi estabelecido na Constituição Federal em relação à participação cidadã, e no Estatuto da Cidade a respeito da gestão democrática das cidades, partindo dos órgãos colegiados, audiências, conferências, iniciativas populares e orçamento participativo. Toda essa inovação institucional, atrelada à experiência comunitária e aprendizado pedagógico da participação, são partes essenciais para avançar com a retomada democrática no marco das eleições municipais de 2024.

Confira os artigos publicados:


¹Pesquisador do Núcleo Rio de Janeiro e Norte Fluminense do INCT Observatório das Metrópoles.

²Vice-coordenador do Núcleo Paraíba do INCT Observatório das Metrópoles.

³Pesquisador do Núcleo Fortaleza do INCT Observatório das Metrópoles.