O Observatório das Metrópoles manifesta seu pesar pelo falecimento do professor Luiz Antonio Machado da Silva, ocorrido na última segunda-feira (21).
Doutor em Sociologia pela Rutgers – The State University of New Jersey (EUA), Machado foi professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) e professor aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS-UFRJ).
Referência nos estudos do trabalho, da violência e da sociologia urbana, dedicou-se a entender e a ensinar sobre as franjas da sociedade marginal, sendo considerado uma autoridade dos estudos sobre favelas. Seus últimos livros são a coletânea “Vida sob cerco – violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro” (2008) com resultados de pesquisa coletiva por ele coordenada e “Fazendo a Cidade – trabalho, moradia e vida local entre as classes populares urbanas” (2016).
Machado foi pesquisador do Observatório das Metrópoles, onde atuou nas pesquisas “Análise da relação entre segregação urbana, sociabilidade e violência” e “Tipologias das formas de vida em territórios populares em situações de integração, segmentação e segregação espacial”. Para Luiz Cesar Ribeiro, coordenador nacional da rede, a trajetória e a produção acadêmica de Machado da Silva representam contribuições inestimáveis:
Para a sociologia urbana deixa uma obra de grande valor, também pelo rigor e por sua autêntica imaginação sociológica. Fato expresso, por exemplo, na inventividade da sociologia do botequim e do conceito único da sociabilidade violenta. Inventividade por sua capacidade da prática de pensar as margens da sociedade urbana brasileira para lançar luz sobre os seus desafios centrais. Para amigos que desfrutaram o privilégio do convivo íntimo, deixa uma lacuna de afetos e de trocas intelectuais sempre que estimulantes.
Em 2016, Machado recebeu o Prêmio de Excelência Acadêmica em Sociologia Antonio Flavio Pierucci, concedido pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). Em nota, a Anpocs destacou que “a sociologia perde, com sua morte, um dos mais sofisticados intelectuais da contemporaneidade“.