A pesquisadora Taísa Sanches, do INCT Observatório das Metrópoles Núcleo Rio de Janeiro, publicou o artigo “Museus sociais e territoriais: abordagens conceituais em diálogo” na Civitas: Revista de Ciências Sociais. A pesquisa investiga como coletivos de favela vêm se organizando em torno da memória e da cultura para reivindicar direitos, disputar o planejamento urbano e transformar suas territorialidades.
O estudo reúne uma análise conceitual e empírica de dez iniciativas autodenominadas museus sociais, territoriais e ecomuseus localizadas no município do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. Esses museus atuam como repertórios de ação coletiva, mas também como infraestruturas vivas dos movimentos sociais favelados, permitindo às comunidades materializar suas histórias e lutas no espaço urbano.
A autora propõe uma leitura crítica da museologia social e territorial a partir das teorias dos movimentos sociais, da memória coletiva e da sociologia das mobilidades. Em vez de apenas preservar o passado, os museus analisados – como o Museu das Remoções, o Museu de Favela e o Ecomuseu de Sepetiba – ativam formas de resistência e pertencimento, oferecendo novos sentidos de cidade e cidadania.
Museu de Favela, no Cantagalo (Rio de Janeiro). Foto: Appai (Associação Beneficente dos Professores Públicos Ativos e Inativos do Estado do Rio de Janeiro).
Confira o resumo:
Este artigo reúne abordagens conceituais que exploram analiticamente as ações dos coletivos autodenominados museus sociais, territoriais e ecomuseus na cidade do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. A perspectiva adotada coloca em diálogo teorias dos movimentos sociais, memória coletiva e mobilidades a fim de realizar tal tarefa. Foram tomados dez casos como exemplos, especificando e categorizando suas formas de atuação, propostas e localização, a partir de visitas aos espaços, entrevistas com participantes dos coletivos e análise de dados disponíveis. A análise indica que a prática de musealização permite que os coletivos materializem suas demandas nos territórios e transformem práticas urbanas.
Palavras-chave: Coletivos, Museus, Infraestruturas, Memória, Movimentos sociais.
O artigo completo está disponível em: revistaseletronicas.pucrs.br/civitas/article/view/45972
