Observatório participa de encontro com Redes sobre Cidades Médias
O INCT Observatório das Metrópoles e a Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias (ReCiMe) foram os homenageados na abertura do XIV Simpósio Nacional de Geografia Urbana (SIMPURB 2015), realizado em Fortaleza. Os professores Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro e Maria Encarnação B. Sposito participaram da mesa “Diálogo Urbano” na qual falaram sobre a experiência dessas duas redes nacionais de pesquisa que estudam a cidade e o urbano no Brasil. O encontro serviu para uma primeira interlocução entre as redes a partir do debate sobre o papel da metrópole e das cidades médias, as várias escalas do urbano-regional, e as possíveis contribuições para a formulação de políticas públicas.
A mesa “Diálogo Urbano” aconteceu no dia 08 de setembro e representou a abertura do XIV Simpósio Nacional de Geografia Urbana (SIMPURB 2015). A mediação foi feito pelo Profº José Borzacchiello da Silva (UFC) e contou com as falas dos coordenadores nacionais das duas redes de pesquisa homenageadas no evento: INCT Observatório das Metrópoles, representando pelo Profº Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro (IPPUR/UFRJ); e Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias, representada pela Profª Maria Encarnação Beltrão Sposito (UNESP).
Mesa Diálogo Urbano, com os profºs Luiz Cesar Ribeiro, José Borzacchiello e Maria Encarnação Sposito
A mesa “Diálogo Urbano” buscou apresentar o que há de novo na pesquisa sobre o urbano no Brasil. Para isto os coordenadores das redes explicitaram seus percursos e motivações nas trajetórias de pesquisas, a forma como são concebidos e executados os estudos interdisciplinares, a utilização de metodologias que permitam comparar os estudos realizados nos núcleos de pesquisas.
O professor José Borzacchiello da Silva levantou questões como a articulação das várias escalas do urbano-regional; a contribuição das redes para a formulação de políticas públicas; o debate sobre o Estatuto da Cidade e o Estatuto da Metrópole, entre outros.
Para Luiz Cesar Q. Ribeiro, a participação do Observatório foi mais uma oportunidade de ampliar o diálogo com os profissionais da área da Geografia e mostrar o trabalho que a Rede vem fazendo há quase 20 anos ao pesquisar a dimensão metropolitana da questão urbana brasileira. “Formamos hoje um instituto em Rede sobre o tema das metrópoles brasileiras e os desafios do desenvolvimento. Trata-se de um projeto inovador em razão da articulação entre sociedade civil, academia e poder público, por utilizar uma metodologia unificada de pesquisa, monitoramento e intervenção e, ainda, por explorarmos uma mesma base de dados”, explica e completa:
“A produção de resultados comparáveis tem nos permitido a identificação de tendências convergentes e divergentes entre as metrópoles, geradas pelos efeitos das transformações econômicas, sociais, institucionais e tecnológicas por que passa a sociedade brasileira nos últimos 20 anos. Acreditamos que o conhecimento gerado, assegura uma compreensão mais ampla a respeito dos impactos das transformações sobre as grandes cidades brasileiras, permitindo confrontar os resultados alcançados com as tendências apontadas pelas pesquisas internacionais”, afirma Ribeiro.
Já para Maria Encarnação B. Sposito, a participação da Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias (ReCiMe) foi importante primeiro por conta do “diálogo conjunto com o Observatório das Metrópoles, que tem uma experiência mais longa e consolidada de pesquisa em rede, como metodologia compartilhada”.
“Não é muito comum pesquisa em rede na área das Ciências Sociais, por isso a mesa foi uma ótima experiência para mostrar para os geógrafos as muita possibilidades desse tipo de pesquisa, abrangência e resultados, bem como mostrar seus desafios. Foi importante também porque como representante da ReCiMe pude colocar em destaque o debate sobre as Cidades Médias no país. Disse durante o debate que a ReCiMe está olhando o Brasil do interior em direção as metrópoles; o Observatório faz o contrário, analisa as metrópoles e o seu papel central para o desenvolvimento brasileiro, e suas relações com a rede urbana”, explica Sposito.
De acordo ainda com Maria Encarnação B. Sposito, a pesquisa sobre as cidades médias é recente ainda no país, e deve ser feita sempre a partir de um olhar multiescalar, ou seja, em relação com a rede urbana. A ReCiMe destaca em suas análises uma perspectiva econômica e social, e tem notado que as cidades médias estão mais integradas e articuladas com as metrópoles e, algumas delas, mais globais.
“Temos verificado também o aumento das desigualdades socioespaciais nas cidades médias – algo que o Observatório das Metrópoles tem apontado nas metrópoles do Brasil”.