A Rede INCT Observatório das Metrópoles divulga nota pública de pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco, morta na noite desta quarta-feira (14 de março) no Rio de Janeiro. O PSOL, partido de Marielle, não descarta a hipótese de crime político, ou seja, uma execução. Ela tinha acabado de denunciar a ação brutal e truculenta da PM na região do Irajá, na comunidade de Acari. Mulher, negra, militante dos direitos civis e humanos, Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016 com 46.502 votos. Exigimos das autoridades instituídas o esclarecimento da autoria desse terrível atentado.
A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30 desta quarta-feira (14 de março). Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Uma outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução.
Marielle havia acabado de sair de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Rua dos Inválidos, na Lapa, e seguia para sua casa na Tijuca.
Começou! Roda de conversa Mulheres Negras Movendo Estruturas! Assista e compartilha!
Publicado por Marielle Franco em Quarta-feira, 14 de março de 2018
Um dia antes, ela postou nas redes sociais um libelo curto:
“Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”
Marielle era relatora da comissão que acompanha a intervenção no Rio.
No último dia 11 de março, denunciou a violência policial na Favela de Acari.
“Precisamos gritar para que todos saibam o que está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu.
O deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo disse que o crime é “inadmissível”. “A gente vai cobrar com rigor, todas as características são de execução. Evidente que vamos aguardar todas as conclusões da polícia, cabe à polícia fazer a investigação, mas a gente, evidentemente, não vai nesse momento aliviar isso. As características são muito nítidas de execução, queremos isso apurado de qualquer maneira, o mais rápido possível”, afirmou ele. Freixo disse que a vereadora nunca tinha sofrido nenhuma ameaça.
O corpo de Marielle será velado na Câmara dos Vereadores a partir das 11h desta quinta-feira (15 de março).
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