A campanha “Rio 2016, os Jogos da Exclusão” promove o lançamento do “mapa da exclusão” com o verdadeiro legado das Olimpíadas no Rio de Janeiro, reunindo informações sobre as comunidades removidas, as favelas ocupadas, os crimes ambientais e as obras repletas de irregularidades. O mapa aponta, por exemplo, todos os locais onde ocorreram remoções na cidade desde 2009 — ano em que o Rio foi escolhido como cidade-sede dos jogos —, resultando em um processo de retirada de aproximadamente 77 mil pessoas de suas casas.
O “mapa da exclusão” mostra também o impacto ambiental dos jogos, denunciando que nenhuma meta de despoluição foi cumprida; aponta o processo de privatização dos equipamentos esportivos; a falta de transparência das grandes obras de intervenções urbanas, como o Porto Maravilha, no qual as empresas do consórcio estão envolvidas em denúncias na operação Lava Jato; e mais as violações ao trabalho, com a perseguição as trabalhadores tradicionais de rua — os camelôs — e a morte de 11 pessoas durante as obras dos Jogos desde 2013.
O objetivo do “Rio 2016, os Jogos da Exclusão” é deixar claro o alto custo desse megaevento esportivo para a cidade, não apenas financeiro, mas principalmente social. O legado que ficará para a população carioca é de uma cidade segregada e militarizada, marcada por uma série de violações de direitos humanos.
Para dar continuidade à resistência e à luta pela democratização dos jogos, movimentos, organizações e coletivos estarão reunidos na Jornada de Lutas, que vai ocupar a cidade, de 1º a 5 de agosto, com manifestações, debates, intervenções e exibições, entre outras atividades
“O Rio vem lutando contra os efeitos dos megaeventos desde o Pan de 2007. Agora, chegamos ao fim de um ciclo de quase uma década, com os Jogos da Exclusão. A Jornada de Lutas, assim, é a chance de debater tudo que aconteceu no Rio e, em alguma medida, no país, mas também de fortalecer a resistência contra esse modelo de cidade cada vez mais segregada”, explica Giselle Tanaka, membro da campanha Jogos da Exclusão, ressaltando também que o Rio vai ter grandes desafios para enfrentar após esse período de megaeventos.
Para saber mais sobre o mapa e as violações nele indicadas, clique aqui.
PROGRAMAÇÃO DA JORNADA DE LUTAS
1º DE AGOSTO
Vigília da Dignidade, das 14h às 21h, no Centro do Rio.
2 A 4 DE AGOSTO (TER A QUI)
A Jornada ocupará o Prédio do IFCS, no Centro do Rio, de manhã, tarde e noite, com debates, rodas de conversas, oficinas e exibições, além de intervenções e ações nas ruas do Centro. As atividades terão três eixos temáticos por dia, sendo que haverá um evento final todas as noites.
2 AGOSTO (TER)
Eixos: Espaço público e meio ambiente; Serviços públicos e a Calamidade Olímpica; A militarização e o racismo na Cidade Olímpica.
Atividade final: Atletas e usuários dos equipamentos esportivos fechados e sucateados da “Cidade Olímpica” farão uma grande caminhada pelo Centro.
3 AGOSTO (QUA)
Eixos: Higienização dos espaços públicos; Esporte: mercadoria ou direito?; As mulheres e o direito à cidade.
Atividade final: Debate no Largo São Francisco de Paula sobre Cidade e Democracia, com debatedores do Rio e de outros estados e países.
4 AGOSTO (QUI)
Eixos: Habitação e direito à cidade; Direito ao trabalho; Mídia, Comunicação e Megaeventos.
Atividade final: Grande painel dos Jogos da Exclusão, com 16 atingidos pelas violações causadas em nome dos megaeventos.
5 DE AGOSTO (SEX)
Na abertura dos Jogos da Exclusão, estaremos todas e todos na rua protestando.
Publicado em Notícias | Última modificação em 21-07-2016 01:32:44