No dia 13 de dezembro (quarta-feira), às 13:30h, acontecerá o lançamento do livro “The Games of Land Dispossession” (Os Jogos de Espoliação Fundiária), que apresenta um estudo comparativo das relações de dominação que permeiam a implementação de grandes projetos urbanos relacionados a megaeventos esportivos no Brasil, na África do Sul e na Inglaterra e a correlata acumulação por espoliação.
A obra é de autoria de Erick Omena, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ) e pesquisador do Observatório das Metrópoles Núcleo Rio de Janeiro.
O evento, que fará parte da programação da Semana IPPUR 2023, contará com uma mesa redonda sobre a obra, no formato híbrido, com a participação do autor e dos seguintes convidados:
- Orlando Santos Junior (UFRJ/IPPUR/Observatorio das Metrópoles);
- Christopher Gaffney (New York University);
- Gabriel Silvestre (Newcastle University);
- Rafael de Souza (UFF e CEBRAP);
- Maria da Penha (Museu das remoções e Vila Autódromo).
Link para a sala virtual: meet.google.com/kra-
Endereço: Av. Horácio Macedo, 2151 – Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Prédio da Faculdade de Letras, Bloco H (sala a confirmar).
Confira o resumo do livro:
O livro “The Games of Land Dispossession” (Os Jogos de Espoliação Fundiária) apresenta um estudo comparativo das relações de dominação que permeiam a implementação de grandes projetos urbanos relacionados a megaeventos esportivos no Brasil, na África do Sul e na Inglaterra e a correlata acumulação por espoliação. Neste âmbito, a obra tem o seu foco na análise das diferentes estratégias de governança urbana utilizadas para expulsar comunidades de trabalhadores de suas terras, com especial atenção dada às fundamentais distinções contextuais e históricas entre centro e semiperiferia do sistema-mundo. A partir da mobilização de um arcabouço teórico Gramsciano especialmente dedicado à consideração da constante e fluida interação entre o uso da coerção e do consenso na atuação do Estado capitalista, realiza-se um detalhado exame das relações de poder que conformaram tanto a construção dos Parques Olímpicos de Londres e do Rio de Janeiro quanto as reformas dos estádios do Maracanã, no Rio de Janeiro, e de Ellis Park, em Joanesburgo – todas justificadas pela necessidade de preparação das respectivas cidades-sede para edições recentes dos Jogos Olímpicos ou de Copas do Mundo. A obra conclui que para entendermos porque o uso do aparato coercitivo se sobressai nos casos brasileiros e sul-africano examinados, faz-se necessário levar em conta a existência de um complexo semiperiférico de dominação nestes países, onde as classes dominantes recorrentemente enfrentam crises de hegemonia que só podem ser momentaneamente contornadas através da exacerbação da violência contra as classes subalternas, e onde os “espaços cinzentos” urbanos usualmente habitados pelos mais pobres desempenham papel fundamental na viabilização de tal violência institucional exacerbada e da subsequente acumulação por espoliação.