A equipe do INCT Observatório das Metrópoles recebeu o professor Ernesto López-Morales, do Departamento de Urbanismo da Universidade do Chile, que apresentou os resultados preliminares da pesquisa “Quatro narrativas da gentrificação emergente na América Latina” no qual ele analisa diferente áreas do continente latino-americano onde se verificam novas formas do processo de gentrificação, como Colônia Juárez no México; Parque Patrícios em Buenos Aires, Argentina; área pericentral em Santiago do Chile e a região da zona portuária do Rio de Janeiro.
A palestra “La economía politica del nuevo blanqueamimento urbano en America Latina” aconteceu no dia 18 de junho na COPPE/UFRJ e contou com a presença da equipe que integra a Coordenação Nacional do INCT Observatório das Metrópoles, como os professores Dr. Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro; Dr. Orlando Alves dos Santos Jr.; Dr. Adauto Cardoso; Dr. Marcelo Gomes Ribeiro; Dr. Juciano Martins Rodrigues; e mais os pesquisadores da equipe do Rio de Janeiro.
A pesquisa internacional “Four narratives of emerging gentrification in Latin America: exploration beyond taxonomies” está sendo coordenada pelo professor Ernesto López-Morales, da Universidade do Chile; e conta com parcerias em cada cidade-estudo de caso. No México é a equipe do prof. Luís Salinas, da Universidade Nacional Autônoma do México; na Argentina, é a equipe do prof. Jorge Blanco, do Instituto de Geografia da Universidade de Buenos Aires. E no Brasil é a equipe do prof. Orlando Alves dos Santos Jr., IPPUR/UFRJ e INCT Observatório das Metrópoles.
De acordo com Ernesto López-Morales, a pesquisa trata de uma investigação exploratória em quatro áreas emergentes de gentrificação na América Latina a partir das seguintes dimensões: 1) trajetórias institucionais-econômicas; 2) reconfiguração espacial; e 3) os conflitos sociais identificando aspectos comuns e divergentes entre casos e interrelações variáveis.
López-Morales explica que para cada dimensão são analisadas questões específicas, por exemplo no nível “institucional-econômico” se observam as configurações de governança para-estatal, o escalonamento da indústria imobiliária, a financeirização da oferta e demanda, e a formação de “rent gaps“.
Já no nível de “reconfiguração espacial” são observadas as seguintes variáveis: estratégias da cidade-marca (citybranding); infraestrutura detonante; securitização e controle policial do espaço público, e inclusão da habitação social.
Por fim, no nível de “conflitos sociais” se observam as seguintes variáveis: a justificação política da transformação espacial; a caracterização da subalternidade; e mais evidências quantitativas da desterritorialização e dinâmicas de organização social anti-gentrificação.
“Uma revisão exploratória desses casos mostra como essas gentrificações são influenciadas por uma variedade de fenômenos contextuais e estratégias implantadas pelo Estado e por agentes privados para promover mudanças de classe e outros tipos de mudança urbana, além de novas formas de financeirização do mercado habitacional em toda a região”, explica Ernesto López-Morales.
Em relação ao delineamento metodológico, a pesquisa utiliza um método de “comparação múltipla de individualização”, usado para sublinhar diferenças ao invés de semelhanças entre os casos, extraindo princípios gerais e tentando diluir a divisão extremista difusão/singularização que tem sido típica dos estudos de gentrificação nos últimos anos.
Os resultados finais da pesquisa internacional “Four narratives of emerging gentrification in Latin America: exploration beyond taxonomies” serão divulgados no Brasil pela Rede INCT Observatório das Metrópoles.
Conheça o Departamento de Urbanismo da Universidade do Chile.
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