Ocorrerá nos dias 04 a 07 de setembro de 2019, na Colômbia, o IV Seminário Internacional sobre Processos Urbanos Informais: Habitar o SUL global com Justiça Socioterritorial. É possível enviar resumos e propostas de trabalho até o dia 25 de maio.
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Confira a apresentação do evento:
É evidente que o crescimento econômico e a intervenção do governo não reduziram a pobreza e a exclusão no Sul Global [1]. Pelo contrário, estes foram exacerbados simultaneamente com o aumento populacional; uma demonstração disso é observada na população de baixa renda que enfrenta limitações de acesso a seus mínimos vitais. Por estes e outros problemas persistentes, a cidade e o território são cenários privilegiados para promover mudanças que visam solucionar tais problemas, através do uso de diversos instrumentos epistemológicos, teóricos e metodológicos.
Neste contexto, é fundamental para produzir, circular e implementar releitura coletiva compreender a complexidade da cidade e do território, visando a: (i) melhorar as condições de vida dos seus habitantes, com destaque para os colonos e os assentamentos auto produzido; (ii) reinterpretar processos de expansão e consolidação urbano-rural; (iii) compartilhar diretrizes referentes à organização territorial das “periferias”; (iv) reconfigurar os instrumentos de planejamento participativo com o poder de tomar decisões que permitam ao Sul Global habitar com a justiça socioterritorial; (v) colocar em discussão as alternativas de desenvolvimento configuradas por governos locais nacionais e/ou alternativos; e finalmente, (vi) repensar a relação entre a cidade e o território com outras formas de vida.
Neste sentido, é inevitável para compreender os desafios e as perspectivas para habitar o Sul global com o objectivo de promover o re-construção da cidade e do território que permita objetivos alternativos para materializar derivado do modelo de desenvolvimento convencional. Por exemplo, entender a cidade como um processo de mega, dada em um tempo e em um espaço definido por atores específicos, é censurável na produção persistem práticas de acumulação, exploração e pilhagem dos poucos com a injustiça social, a insegurança física crise espacial, ambiental, miséria econômica, exclusão política, irregularidade legal e invisibilidade cultural para muitos de seus habitantes. Em parte, isso nega o conceito histórico de uma cidade apontada por Lewis Munford [2].
Especificamente, estamos interessados em discutir como, no âmbito da cidade e do território do Sul Global, é ou não é possível habitar a justiça socioterritorial? Quais são os desafios que suas construções implicam para os atores envolvidos? Que perspectivas poderiam ser mais dinâmicas a esse respeito?
Embora seja verdade que, atualmente, a cidade é uma manifestação global do modelo de desenvolvimento como neo-modernização, também é verdade que se torna inadmissível para a vida humana e não humana. Por isso, convidamos você a compartilhar aspectos essenciais sobre formas alternativas de conceber e construir uma cidade, bem como construir territórios com objetivos coletivos que reconheçam os direitos de seus habitantes.
Como cenário a ser alcançado, exigimos cidades e territórios em escala humana melhor integrados ao ambiente natural, não apenas por seu tamanho, mas também por suas formas de habitar. De fato, cidades protetoras de uma vida urbano-rural, justas em todas as suas dimensões. Hoje, esses ideais são obscurecidos por realidades com altas taxas de pobreza e porcentagens mínimas de redistribuição de riqueza. Certamente, permanece uma ordem questionável que não apenas contraria a utopia, mas torna cada vez mais difícil para múltiplos grupos sociais e naturais terem cidades e territórios com atributos democráticos.
Agora, pensar nos desafios e perspectivas do Sul Global para habitar a justiça sócio-territorial envolve a análise das ligações entre informalidade e formalidade, nas quais (i) as capacidades de criar decisões, conhecimentos, interesses e eventos são valorizadas. dos seus participantes; (ii) novas alternativas de apoio financeiro estatal, produção coletiva, organização participativa e co-responsabilidade social são criadas; (iii) interpretações de suas articulações são promovidas com reconstruções de propósitos compartilhados, tanto na cidade quanto no território. Em suma, significa refletir sobre como valorizar as alternativas ao desenvolvimento na cidade e no território.
Assim, considerando o acumulado durante os três seminários internacionais sobre processos urbanos informais realizadas em 2007 [3], 2012 [4] e 2015 [5], o Grupo de processos de Pesquisa Urbana no Habitat, Habitação e Informalidade da Universidade Nacional da Colômbia tem o prazer de convidá-lo para o IV Seminário Internacional sobre Processos Urbanos Informais: Habitar o SUL global com Justiça Socioterritorial.
[1] “El Sur global no es entonces un concepto geográfico, aun cuando la gran mayoría de estas poblaciones viven en países del hemisferio Sur. Es más bien una metáfora del sufrimiento humano causado por el capitalismo y el colonialismo a nivel global y de la resistencia para superarlo o minimizarlo. Es por eso un Sur anticapitalista, anticolonial y anti-imperialista. Es un Sur que existe también en el Norte global, en la forma de poblaciones excluidas, silenciadas y marginadas como son los inmigrantes sin papeles, los desempleados, las minorías étnicas o religiosas, las victimas de sexismo, la homofobia y el racismo” (Santos; 2011: 35). “Hay también un Norte global en los países del Sur constituido por las élites locales que se benefician de la producción y reproducción del capitalismo y el colonialismo. Es lo que llamo el Sur imperial” (Santos; 2011: 35).
[2] “Si queremos echar nuevas bases para la vida humana debemos comprender la naturaleza histórica de la ciudad y distinguir entre sus funciones originales las que han surgido de ella y las que aún pueden manifestarse”.
[3] Memorias disponibles en: procesosurbanos2007.blogspot.com
[4] Memorias disponibles en: procesosurbanos2.blogspot.com
[5] Memorias disponibles en: procesosurbanos.blogspot.com