Os coordenadores e representantes dos 18 Núcleos Regionais do INCT Observatório das Metrópoles se reuniram no Rio de Janeiro, entre os dias 03 e 05 de julho, em um seminário estratégico visando realizar um balanço dos resultados do programa de pesquisa que se encerra este ano e produzir subsídios para um novo projeto, com vistas o próximo ciclo de funcionamento da rede. A expectativa é que a chamada pública para a constituição de novos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) seja divulgada nos próximos meses. Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, coordenador nacional do Observatório, destacou a importância da governança eficiente para o novo ciclo, enfatizando a necessidade de se avaliar o que foi feito no ciclo anterior e de se estabelecer uma concepção coletiva para a futura proposta.
“Temos um capital institucional, acadêmico e político que deve ser preservado com ou sem edital do CNPq. Nossa trajetória é inédita, sobretudo na área de ciências sociais. É preciso afirmar o valor daquilo que construímos e a importância que devemos atribuir em relação à continuidade do que devemos fazer”, afirmou Ribeiro.
A proposta para o terceiro ciclo do INCT Observatório das Metrópoles, intitulada provisoriamente “As Metrópoles e o Desenvolvimento Nacional”, terá como foco a análise das metrópoles brasileiras e seu papel no desenvolvimento urbano e nacional. Entre as linhas sugeridas estão:
- Metropolização e o Desenvolvimento Urbano: Novas Tendências;
- A Produção do Espaço Urbano: Dinâmicas, Processos, Desigualdades e Segregação;
- Democracia, Cidadania e Governança Urbana; e
- Estratégias Metropolitanas para o Direito à Cidade e o Desenvolvimento Urbano.
A nova proposta visa adaptar o Observatório às questões emergentes, com uma maior articulação dos projetos e engajamento dos núcleos regionais, mantendo a coesão da rede. Segundo Ribeiro, “a eventual nova proposta deverá ter como centro o tema das metrópoles nas mudanças estruturais em curso na economia, na sociedade e no Estado brasileiros, e como uma política de desenvolvimento urbano-metropolitano deve se articular com o projeto de desenvolvimento nacional em debate no atual momento histórico que passamos”, pontuou o coordenador.
Durante o seminário, foram apresentados balanços e propostas de desdobramentos de projetos desenvolvidos pela rede, como “Rentismo, Financeirização e Metrópole”, “Organização Social do Território e Novas Configurações Espaciais”, “Urbanização e Novo Regime Demográfico”, “Economia Metropolitana e Desenvolvimento Regional”, “Estrutura Social e Desigualdades Sociais”, “Segregação Urbana e Novas Periferias”, “Habitação, Estado e Mercado” e “Transportes Públicos e Mobilidade”.
Uma mesa-redonda abordou o tema “Neoliberalização Urbana, Democracia e Governança Metropolitana”, que debateu indicadores para a mensuração do grau de democracia, ilegalismos, orçamento participativo e gestão democrática das cidades. A atividade foi coordenada por Nelson Rojas, Orlando Santos Junior, Humberto Meza e Luciano Fedozzi.
O INCT Observatório das Metrópoles se prepara para um novo ciclo de pesquisas, com um foco renovado nas metrópoles brasileiras e seu desenvolvimento. Com uma trajetória sólida e um capital institucional significativo, a rede busca continuar sua missão de contribuir para o entendimento e a transformação das metrópoles brasileiras.