O INCT Observatório das Metrópoles participou do Seminário de Acompanhamento do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), convocado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). O evento ocorreu dia 27, no auditório da Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro. Criado em 2008 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o programa oferece recursos a 20 INCTs no estado do Rio de Janeiro, das mais variadas áreas de conhecimento. Os coordenadores dos institutos foram convidados a apresentarem os principais resultados das atividades, além da entrega de um documento com os avanços científicos e tecnológicos, para avaliação de um grupo de avaliadores externos. O coordenador nacional do Observatório, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, esteve presente e ressaltou as metas da rede para 2024, bem como os principais resultados obtidos nos últimos anos. “Foram mais de 300 artigos e 500 capítulos de livros publicados em sete anos de pesquisa”, pontuou. A apresentação foi elogiada pelos avaliadores externos convidados, dentre eles o professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Paulo Menandro, que destacou a dimensão e estrutura do Observatório, em comparação com a edição anterior do programa, parabenizando os esforços do instituto no desenvolvimento dessa expansão.
Logo na abertura do Seminário, o presidente da FAPERJ, Jerson Lima, mencionou a importância da avaliação, visto que os institutos ocupam uma dinâmica significativa. “É necessário garantir recursos para a continuidade do programa. A ideia de fazer uma avaliação é ir para além da pesquisa, mas a prospecção de dar um passo no desenvolvimento tecnológico e transferir para o governo ou empresas privadas os resultados obtidos”, enfatizou. A Coordenadora de Relações Internacionais da FAPERJ, Vânia Paschoalin, disse que as metas apresentadas pelos INCTs são ambiciosas e abrangentes em áreas estratégicas. “As atividades dos INCTs envolvem pesquisas de diferentes níveis”, sublinhou. Concebido pelo CNPq, em 2008, o Programa INCTs substituiu o Programa Institutos do Milênio. Com isso, ocorreu a ampliação da produção das redes, a partir de uma maior participação das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Faps).
Para o Diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Carlos Alberto Aragão Filho, a expectativa é que em 2024 aconteça uma renovação para os INCTs. “Esse programa é de fundamental importância para o desenvolvimento e inovação, e que sirva de estímulo essa atividade convocada pela FAPERJ, para que os INCTs se candidatem ao programa novamente”, apontou. Atualmente, existe a previsão do lançamento de um novo edital para 2024, mesmo ano em que está prevista a finalização da atual edição do programa. Segundo o presidente da FAPERJ, a fundação buscará garantir os recursos necessários para esse encerramento.
Coordenador do Observatório apresentou resultados e metas para 2024
O coordenador nacional do Observatório, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, apresentou os resultados da pesquisa que está sendo desenvolvida ao longo dos últimos anos, intitulada “As metrópoles e o direito à cidade: conhecimento, inovação e ação para o desenvolvimento urbano”, que se desdobra em quatro linhas de trabalho, englobando metropolização, bem-estar urbano, cidadania e governança urbana e estratégias metropolitanas para o direito à cidade. “Nossa principal missão é a formação de recursos humanos, além de promover o protagonismo no debate público sobre a questão metropolitana”, mencionou. Segundo ele, o Observatório também tem como meta o conhecimento dos impactos no sistema urbano-metropolitano.
De acordo com Ribeiro, os principais resultados do Observatório passam por mais de 300 artigos e 500 capítulos de livros publicados em sete anos de pesquisa. “Foram dois congressos, um em 2018 e outro em 2021. Também trabalhamos a proposta de reforma urbana e direito à cidade para as metrópoles e nos debruçamos na construção de indicadores baseados nas categorias sócio-ocupacionais”, destacou. Em 2022, a rede de pesquisa produziu uma coleção de 17 livros sobre reforma urbana e direito à cidade, além de fóruns locais, ciclo de debates e artigos de opinião na imprensa. “Publicamos 19 artigos no Le Monde Diplomatique Brasil e 30 no Brasil de Fato, incentivando o debate público a respeito do tema da reforma urbana e direito à cidade”, relembrou.
Para 2024, a meta do Observatório é trabalhar sob a ótica “As Metrópoles e o Direito à Cidade: um outro futuro é possível”. “Vislumbramos a publicação de quase 180 artigos de opinião produzidos pelos pesquisadores dos Núcleos Regionais da rede, visando incidir no debate das eleições municipais”, estimou Ribeiro. Além dos artigos, devem ser publicados Cadernos de Propostas, além da realização de fóruns locais. O coordenador nacional também pontuou sobre a divulgação científica da rede. “Temos um portal com um número significativo de acessos, boletim semanal, podcast, canal no Youtube, redes sociais e o Boletim Desigualdade nas Metrópoles, que a cada edição publicada, reflete em grande repercussão na imprensa nacional”, salientou. Na oportunidade, Ribeiro também destacou os 25 anos de história do Observatório, que iniciou em 1997, quando se constituiu uma política de ciência e tecnologia mais robusta no Brasil.
“Necessário tornar público como estão sendo utilizados os investimentos na ciência e tecnologia”, afirma o presidente da FAPERJ
Nas falas finais do Seminário, foram feitos comentários acerca das apresentações dos INCTs e o presidente da FAPERJ, Jerson Lima, destacou o êxito do evento. “Necessário tornar público como estão sendo utilizados os investimentos na ciência e tecnologia”, disse. Lima também falou do futuro, com a previsão de um novo edital para 2024 com novos recursos. “A FAPERJtem previsto apoios adicionais para os INCTs. Temos recursos reservados para a finalização deste ciclo de trabalho”, garantiu. Segundo ele, a fundação está aberta a ouvir os problemas e as sugestões dos INCTs.
A Diretora Científica da FAPERJ, Eliete Bouskela, se mostrou impressionada com os trabalhos que estão sendo realizados e apontou a necessidade de avaliações sistemáticas. O Diretor de Tecnologia da FAPERJ, Aquilino Senra, parabenizou a todos e mencionou a necessidade das avaliações. “Deve ser uma tendência o crescimento dos incentivos aos INCTs”, analisou.
Sobre as avaliações das apresentações dos institutos, o professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Paulo Menandro, destacou a multidisciplinaridade dos INCTs e, especificamente sobre o Observatório das Metrópoles, mencionou a sua dimensão e estrutura, elogiando os esforços do instituto no desenvolvimento dessa expansão. Já o professor da Universidade de São Paulo (USP), Luiz Henrique Catalani, enfatizou o esforço das pesquisas e a orientação voltada para uma missão. “Ou seja, as pesquisas estão voltadas para atender às necessidades do Brasil”, finalizou.