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IBEU Condições habitacionais: aglomeração dos domicílios metropolitanos

As condições habitacionais também constituem uma importante dimensão que influencia o bem-estar das pessoas na cidade. Tal dimensão pode ser apreendida pela situação de adensamento, pelas condições materiais da estrutura habitacional, assim como aglomeração dos domicílios. O IBEU aponta que a média das condições habitacionais é de 0,646 e que Manaus e Belém apresentam níveis mais inferiores de condições habitacionais. Próximas às posições destas RMs e abaixo da média estão as metrópoles da Região Nordeste juntamente com São Paulo e Rio de Janeiro. Ou seja, as duas maiores metrópoles do país apresentam níveis de condições habitacionais semelhantes às do Nordeste e Norte.

CONDIÇÕES HABITACIONAIS URBANAS

Por Érica Tavares da Silva e João Luís Nery Junior

As condições habitacionais também constituem uma importante dimensão que influencia o bem-estar das pessoas na cidade. Tal dimensão pode ser apreendida pela situação de adensamento, pelas condições materiais da estrutura habitacional, assim como aglomeração dos domicílios. Embora se refiram às características dos indivíduos e famílias, as condições habitacionais também são reflexo dos processos de estruturação urbana que incidem sobre a forma de acessar a moradia e em quais condições.

Nesse sentido, a dimensão relacionada a condições habitacionais urbanas foi apreendida pelas seguintes características: aglomerado subnormal, densidade domiciliar, densidade morador/banheiro, material das paredes dos domicílios e espécie dos domicílios. Os dados foram utilizados buscando identificar a proporção de pessoas que não moram em aglomerado subnormal; a proporção de pessoas que estão em domicílios cuja densidade é de até 2 pessoas por dormitório; a proporção de pessoas que estão em domicílio de até 4 pessoas por banheiro; de pessoas que estão em domicílios com material das paredes adequado; de pessoas que moram em domicílios cuja espécie é adequada. “Os indicadores dessa dimensão foram selecionados a partir da compreensão das condições dos domicílios, bem como de suas características, que podem favorecer direta ou indiretamente o bem-estar urbano”.

CONDIÇÕES HABITACIONAIS URBANAS NO ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO

Assim como o IBEU, o comportamento de cada dimensão estudada também apresenta índice variando entre 0 e 1, como pode ser observado no gráfico 5.1. Em linhas gerais, as metrópoles que apresentam melhor posição no IBEU (mais próximo de 1) também acompanham tal tendência no comportamento da dimensão das condições habitacionais. Para esta dimensão, a região metropolitana de Florianópolis apresenta as melhores condições habitacionais. A média na dimensão das condições habitacionais urbanas é de 0,646. Assim como em outras dimensões, as regiões metropolitanas de Manaus e Belém apresentam níveis mais inferiores de condições habitacionais.

Próximas às posições destas regiões metropolitanas e abaixo da média estão as metrópoles da Região Nordeste (Salvador, Fortaleza e Recife) juntamente com São Paulo e Rio de Janeiro. Ou seja, as duas principais metrópoles da Região Sudeste e as maiores do país apresentam níveis de condições habitacionais semelhantes às do Nordeste e Norte.

Acima da média estão as outras metrópoles do Sudeste (Belo Horizonte, Grande Vitória e Campinas), as duas metrópoles do Centro-Oeste (a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal, RIDE-DF considerada a metrópole polarizada por Brasília, e Goiânia) e as três da Região Sul (Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis). A região metropolitana de Florianópolis é a única com índice da dimensão de condições habitacionais acima de 0,900 – portanto, com melhores condições em termos de adensamento e revestimento das paredes do domicílio e ausência em aglomerados subnormais.

CONDIÇÕES HABITACIONAIS URBANAS DOS MUNICÍPIOS METROPOLITANOS

Essa mesma dimensão será analisada na escala dos municípios metropolitanos. Para tanto, a tabela 5.1 apresenta a distribuição relativa dos municípios por região metropolitana segundo as condições habitacionais. Vale notar que quanto mais próximo de 1 (um) melhores são as condições.

Municípios com a dimensão de condições habitacionais abaixo de 0,500 encontram-se em apenas três regiões metropolitanas, sendo um em cada. Como esperado, tem-se um município da região metropolitana de Belém – Marituba; um município da região metropolitana de Manaus – Iranduba; e, diferentemente do previsto, o outro município está na região metropolitana de Florianópolis – São Pedro de Alcântara, que foge do comportamento dos demais municípios, já que esta metrópole é a que apresenta melhores condições habitacionais no geral.

Também nas regiões metropolitanas de Manaus e Belém a maior parte dos municípios (acima de 75%) apresenta a dimensão das condições habitacionais entre 0,500 e 0,700, ou seja, em condições mais inferiores se comparadas às demais metrópoles. No caso de Belém não há participação em patamares acima de 0,700, nem do núcleo metropolitano que apresentou índice de 0,544 nas condições habitacionais; o município com melhor índice nesta dimensão foi Castanhal, com 0,647 – ainda bem baixo. Já na região metropolitana de Manaus, há mais um município com índice acima deste intervalo – Careiro da Várzea, com 0,767. A outra região metropolitana com participação expressiva nesse intervalo, entre 0,500 e 0,700, é Fortaleza, com 66,7% de seus municípios.

A maior parte dos municípios metropolitanos apresenta nível de bem-estar urbano na dimensão habitacional entre 0,701 e 0,900 – somando quase 80% dos municípios. É o caso, por exemplo, da região metropolitana de Belo Horizonte na qual cerca de 94% dos municípios estão neste intervalo. Vale ressaltar que nas regiões metropolitanas de Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo a maior participação (acima de 60%) está com índice de condições habitacionais entre 0,701 e 0,800. Já nas regiões metropolitanas de Campinas, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre e na RIDE-DF há maior participação (também acima de 60%) no intervalo de 0,801 e 0,900, revelando que realmente há melhores condições habitacionais da maior parte de seus municípios.

Na região metropolitana de Florianópolis, a maior parte dos municípios (6 que expressam 66,7% do total) apresentam as melhores condições habitacionais segundo os indicadores utilizados neste estudo, com intervalo entre 0,901 e 1,000, juntamente com quatro municípios da região metropolitana de Porto Alegre e um município da região metropolitana de São Paulo – São Caetano do Sul, que diferencia-se dos demais de sua região nesta dimensão.

A fim de complementar essa descrição dos municípios metropolitanos no que se refere às condições habitacionais, apresenta-se o ranking dos 20 municípios com posições mais superiores e dos 20 com posições mais inferiores na referida dimensão. Entre os 20 melhores, estão municípios das regiões metropolitanas de Florianópolis, Porto Alegre, Campinas, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo. Já entre os 20 piores, predominam municípios das regiões metropolitanas de Belém e Manaus; dois municípios em cada uma das regiões metropolitanas de Fortaleza e São Paulo; e um município das regiões metropolitanas de Florianópolis (São Pedro da Alcântara já referido anteriormente), Recife (Araçoiaba) e Rio de Janeiro (Japeri). Esses são municípios com as piores posições em termos de condições habitacionais.

Para ver todos os resultados do IBEU Condições ambientais urbanas, faça o download do livro “Índice de bem-estar urbano – IBEU”.