Uma das demandas para compreender as novas faces da urbanização brasileira no século XXI é o papel que os espaços urbanos não metropolitanos passaram a desempenhar na rede urbana. Muitos desses espaços, localizados em várias regiões do país, apresentam um dinamismo econômico significativo, com impactos profundos tanto na reestruturação urbano-regional quanto nas cidades.
Para avançar na questão, Denise Elias e Renato Pequeno, pesquisadores do Núcleo Fortaleza do Observatório das Metrópoles, desenvolveram o artigo “Faces contemporâneas da urbanização e do urbano no Brasil: um caso do Semiárido“. Publicado na Revista Cidades, vinculada à Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o texto tem como recorte espacial Mossoró (RN), uma cidade de porte médio localizada no Semiárido, que passou por significativos processos de reestruturação produtiva e territorial, desde os anos 1990.
Em relação a sua estrutura, o artigo é composto por duas seções, além da introdução e das considerações finais. A economia urbana e o crescimento da urbanização são tratados na primeira seção a partir de mudanças no terciário da cidade. A segunda seção trata de elementos da expansão e da (re)estruturação da cidade de Mossoró.
Nas conclusões, os autores apontam que Mossoró exerce papéis clássicos de cidade média, com atividades como ensino superior, saúde, comércios e serviços especializados. Outro destaque é o fato de que o que existe na economia de Mossoró e respectiva região, considerado como moderno, é fundamentado na extração e apropriação privada de bens naturais.
Resumo:
Muitas são as demandas para compreender as novas faces da urbanização brasileira no século XXI. Uma destas diz respeito a melhor inferir o papel que os espaços urbanos não metropolitanos representam na rede urbana. Vários destes espaços estão entre os detentores de intenso dinamismo econômico, com profundos impactos tanto na (re)estruturação urbana, quanto urbano-regional. O presente artigo tem como recorte espacial Mossoró (RN), uma cidade de porte médio localizada no Semiárido, que passou por significativos processos de reestruturação produtiva e territorial, desde os anos 1990. Tais processos ressignificaram sua economia, sua estruturação urbana e seus papéis regionais. Apresentar algumas características de sua economia e de sua (re)estruturação urbanas é o nosso objetivo principal. Concluímos que, em termos de funções regionais, Mossoró exerce papéis clássicos de cidade média. Por outro lado, que as três atividades produtivas pilares da economia urbana e regional comandadas por Mossoró são baseadas nas velhas formas de apropriação privada da natureza, permitindo o uso do termo neoextrativismo para explicar a economia política de sua urbanização. Considerando que a esmagadora maioria dos mercados de tais atividades não é local, mas nacional e internacional, entendemos que cidade e região são cada vez mais geridas por interesses e determinações exógenas. Mossoró e região constituem-se, assim, alienadas e corporativas, sem poder para definir os rumos de seu de desenvolvimento. Isso impacta diretamente no agravamento das desigualdades socioespaciais na escala urbana e regional. Realidade palpável de diversas maneiras, tal como com a fragmentação socioespacial na escala urbana.
Palavras-chave: Urbanização, Brasil, Cidades médias, Neoextrativismo, Desigualdades socioespaciais, Mossoró.
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