Em artigo para a Revista GeoTextos, publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Bahia, Renato Pequeno e Denise Elias (Núcleo Fortaleza) apresentam um quadro das dinâmicas socioespaciais vinculadas à estruturação das cidades do agronegócio, a partir das condições de moradia.
Publicado na edição de julho da GeoTextos (vol. 16, n. 1), o artigo “Estruturação urbana e questão da moradia nas cidades do agronegócio” possui as seguintes questões norteadoras:
- Quais elementos se destacam na estruturação das cidades estudadas?
- Como a questão da moradia se manifesta considerando os diferentes agentes da produção do espaço?
- Como as políticas urbana e habitacional foram conduzidas nas últimas duas décadas?
A partir destas questões, os autores apresentam elementos de argumentação para as quatro teses defendidas na pesquisa:
- O agronegócio globalizado acirra as já históricas desigualdades socioespaciais do Brasil;
- O consumo produtivo do agronegócio e os estabelecimentos agroindustriais são determinantes para a estruturação urbana das cidades do agronegócio;
- A moradia é uma variável chave para o estudo das desigualdades socioespaciais no espaço urbano; e
- As condições de inserção urbana dos conjuntos do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) são forte evidência da dissociação entre as políticas públicas urbana e habitacional.
A pesquisa utiliza como objeto de análise um conjunto de cidades do agronegócio, englobando cidades médias e centros regionais, distribuídas pelas cinco regiões brasileiras. Dentre as conclusões, os autores destacam que “o desenvolvimento desigual se coloca como marca cada vez mais presente nas chamadas cidades do agronegócio, onde, num curto intervalo de tempo, problemas característicos da metrópole se fazem ver com amplas dimensões“.
Segundo Pequeno e Elias, a análise possibilitou “atestar o progressivo acirramento das desigualdades socioespaciais, revelando diferenças no acesso aos benefícios trazidos com a urbanização, falta de aderência das políticas públicas aos problemas sociais e habitacionais e incremento da exclusão nos setores mais precários“.
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