A Cadernos Metrópole n.45 traz o dossiê Disputas político-conceituais sobre a governança das metrópoles com treze artigos que abordam as políticas públicas, os espaços de poder e o território, como formas diversas de manifestação da governança urbana e metropolitana. Segundo Alexsandro Ferreira Cardoso da Silva, organizador do número, “os artigos apresentam perguntas-chave que podem (e devem) pautar a agenda de pesquisa sobre o tema recorrente do espaço, do território e de como enfrentar as turbulências da política”.
O conjunto de artigos recebidos dialoga com a conjuntura mais recente e aborda casos locais envolvendo políticas públicas de mobilidade urbana, movimentos sociais e instrumentos urbanísticos.
O primeiro artigo, Politizando as escalas urbanas: jurisdição, território e governança no Estatuto da Metrópole, de Thiago de Azevedo Pinheiro Hoshino e Rosa Moura, questiona a capacidade do Estatuto da Metrópole em compreender as múltiplas espacialidades presentes no território nacional, assim como da diversidade metropolitana brasileira, uma agenda não apenas empírica mas, sobretudo, teórica. [CLIQUE AQUI para ler]
O texto de Francisco César Pinto Fonseca, A “governança empresarial” das metrópoles sob o predomínio neoliberal: o papel da gestão pública gerencial e da privatização do sistema político, ajuda a recuperar o “pensamento” neoliberal no espaço brasileiro, trazendo o contexto das formas de governança empresarial e seus desdobramentos na gestão pública brasileira. [CLIQUE AQUI para ler]
Atento as preocupações sobre as formas de gerenciamento, gestão e tomada de decisões espaciais, o artigo de Marina Toneli Siqueira, New urban policies, new forms of social participation? The challenges of the Água Espraiada Urban Consortium Operation in São Paulo, Brazil, traz o caso da Operação Urbana Água Espraiada (São Paulo) como exemplo da aplicação instrumental dessa fronteira compartilhada entre o público e o privado. [CLIQUE AQUI para ler]
O artigo de Victor Augusto Campos Alves, Urbanismo, ideologia e o comum: notas sobre a sociedade urbana pós-capitalista, traz uma abordagem – à luz de Lefebvre – dos conceitos de ideologia, urbanismo e dos commons, reveladora das possibilidades da luta urbana inscrita nos textos, mas também nas ruas. [CLIQUE AQUI para ler]
Já o texto de Gustavo Souza Santos e Anete Marília Pereira, Utopismo, insurgência e espaço urbano: o “direito à cidade” lefebvriano e as Jornadas de Junho de 2013 no Brasil, é, entre outros, revelador do tema do direito à cidade como uma alusão ao “utopismo urbano” como forma da manifestação da ação e das dificuldades dessa prática. [CLIQUE AQUI para ler]
A contribuição de Vinicius Tischer e Marcus Polette, em Sistema de avaliação de cidades de referência em transportes e mobilidade urbana sustentável, ajuda-nos a compreender a dimensão técnica da mobilidade urbana a partir de indicadores e de sistemas de avaliação reveladores, entre outros, da qualidade de vida existente em diferentes cidades. [CLIQUE AQUI para ler]
Ainda sob o enfoque da mobilidade urbana, Marília do Nascimento Silva e Tomás de Albuquerque Lapa, em O transporte público coletivo sob a lógica da produção capitalista do espaço: uma análise do serviço de ônibus da Região Metropolitana do Recife, trazem o caso do Recife onde observam as relações entre Estado, sociedade e mercado na Região Metropolitana, a partir do sistema de transporte público. [CLIQUE AQUI para ler]
José Alderir Silva, em A desindustrialização na região Sul, permite-nos compreender a transformação industrial na região Sul (2002-2014), registrando o comportamento da produção em associação com a formação do emprego. [CLIQUE AQUI para ler]
Roberto Vital Anau, em Impasses e oportunidades para a construção de um Sistema Regional de Inovação no Grande ABC, discute, por sua vez, o caso da Grande ABC como experiência (desafios e oportunidades) para um Sistema de Inovação Regional, buscando discutir um possível novo arranjo de governança da economia regional. [CLIQUE AQUI para ler]
No campo da participação e dos movimentos sociais, a região de Barreiro é objeto de estudo de Diego Vales Deslandes Ferreira e de Juliana Gonzaga Jayme, em As interações entre um movimento social e os moradores da ocupação Eliana Silva na região do Barreiro em Belo Horizonte, provocando necessário
debate sobre as constantes transformações nesses locais e as disputas envolvidas. [CLIQUE AQUI para ler]
Ainda em Belo Horizonte, Lucas Wan Der Maas, Erick de Oliveira Faria e Júlia Leite de Carvalho Fernandes, em Segregação socioespacial e oferta de serviços de saúde na Região Metropolitana de Belo Horizonte em 2010, levam-nos a conhecer a políticas de saúde pública e sua correlação com a segregação socioespacial, com foco na espacialização da oferta dos serviços de saúde. [CLIQUE AQUI para ler]
Em Proximidade espacial versus distância social: examinando as articulações entre grupos socialmente distantes em três bairros populares de Salvador, Brasil, Stephan Treuke discute os fatores de oportunidades e integração socioeconômica nos bairros populares, mostrando a variabilidade entre essas localidades e a capacidade de integração socioeconômica com a organização social dos lugares. [CLIQUE AQUI para ler]
Por fim, em A dificuldade em definir cidade: atualidade da discussão à luz dos contributos recentes, Manuel Pereira Soares traz um debate conceitual e teórico, ao abordar a própria definição de cidade que intenta conferir um sentido geral ao termo – ao mesmo tempo que apresenta a cidade portuguesa e seu contexto nacional. [CLIQUE AQUI para ler]
A Revista Cadernos Metrópole surgiu em 1999 como um dos principais produtos do Observatório das Metrópoles e tem como principal objetivo difundir os resultados da análise comparativa entre as metrópoles brasileiras. A revista é produzida em parceria com a EDUC – Editora da PUC-SP.