Através do registro fotográfico, Elena Lucía Rivero busca apreender os múltiplos significados e usos possíveis de um importante monumento da cidade de Belo Horizonte. Inaugurado em 1930, o “Monumento à Terra Mineira”, em toda sua natureza materialmente rígida, se mostra envolto, apropriado e reapropriado em função das dinâmicas sociais. O ensaio fotográfico “Monumentos abertos à dinâmica urbana” é um dos destaques da edição nº 27 da Revista eletrônica e-metropolis.
EDIÇÃO 27
A Revista eletrônica e-metropolis é uma publicação trimestral que tem como objetivo principal suscitar o debate e incentivar a divulgação de trabalhos, ensaios, resenhas, resultados parciais de pesquisas e propostas teórico-metodológicas relacionados à dinâmica da vida urbana contemporânea e áreas afins.
É direcionada a alunos de pós-graduação de forma a priorizar trabalhos que garantam o caráter multidisciplinar e que proporcionem um meio democrático e ágil de acesso ao conhecimento, estimulando a discussão sobre os múltiplos aspectos na vida nas grandes cidades.
Monumentos abertos à dinâmica urbana
Elena Lucía Rivero
Através do registro fotográfico procuramos abordar de que maneira um dos monumentos mais emblemáticos da cidade de Belo Horizonte, o “Monumento à Terra Mineira”, está exposto à dinâmica da cidade. Como, por quem e em quais contextos o monumento é inserido na vida e nos debates contemporâneos?
O monumento foi inaugurado em 1930 e tombado pelo IEPHA como parte do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico Praça da Estação (1988). A obra, executada pelo escultor Júlio Starace, é composta por uma figura alegórica do Estado de Minas Gerais e por quatro relevos encravados no bloco central.A figura central do monumento eleva-se a uma altura considerável e está voltada para o antigo prédio da Estação Central, hoje Museu de Artes e Ofícios. Os registros foram realizados em diversos contextos: “eventos oficiais”, “cotidiano”“manifestações”.
As diversas formas de apropriação observadas enfatizam a ideia de que o monumento funciona como o principal ponto de referência espacial e simbólico da praça. Em dias de eventos oficiais é montada uma barreira de proteção ao patrimônio que nem sempre é respeitada. No cotidiano, ele serve como banco, proteção do sol e uma espécie de “parede”, conferindo maior “intimidade” para o improviso. Já nos dias de manifestações, observamos que se adicionam ao monumento novas bandeiras ou “palavras de ordem”. Com cada intervenção o monumento ganha novas camadas de sentido, revelando as tensões e disputas que permeiam e caracterizam os espaços públicos da cidade, assim como suas diversas formas de apropriação.
Veja o Ensaio fotográfico “Monumentos abertos à dinâmica urbana” na Revista e-metropolis nº 27.