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Como repensar o planejamento urbano e melhorar a qualidade de vida da população que vive nas regiões metropolitanas brasileiras? As eleições municipais de 2024 podem ser uma oportunidade de redesenhar o futuro das metrópoles? Refletindo sobre essa possibilidade, pesquisadores e pesquisadoras integrantes dos 18 Núcleos Regionais do INCT Observatório das Metrópoles produziram 318 artigos de opinião, publicados em 26 veículos de comunicação locais e nacionais.

Desde janeiro, o projeto “Observatório das Metrópoles nas Eleições: um outro futuro é possível” mobilizou conhecimentos acumulados ao longo dos últimos anos pela rede. A cada mês, os artigos discutiram temas fundamentais para o futuro do país, como segregação urbana, governança metropolitana, ilegalismos, habitação, mobilidade, saneamento e transição ecológica.

Agora, com a proximidade das eleições, o Observatório encerra o projeto com o lançamento de uma coletânea baseada nos textos publicados. Foram produzidos 18 “Cadernos de Propostas” em cada Núcleo Regional da rede. O intuito é oferecer soluções práticas para os desafios urbanos, além de contribuir para a formulação de políticas públicas que possam transformar as cidades brasileiras em espaços mais justos, sustentáveis e democráticos. Os cadernos estão disponíveis para download na Biblioteca Digital do site do Observatório.

“O projeto foi altamente exitoso, trazendo uma nova realidade para a nossa rede, com o envolvimento comprometido dos Núcleos Regionais. A mobilização das pessoas gerou um efeito de organicidade que fortaleceu ainda mais o Observatório. Saímos desse projeto de maneira diferente, com mais engajamento e cooperação”, salientou o coordenador nacional da rede, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro.

Sobre as propostas do Observatório, Ribeiro sugere que os(as) candidatos(as) às eleições priorizem políticas públicas integradas voltadas à solução de problemas urbanos em áreas como habitação, mobilidade e educação, defendendo uma autoridade pública com legitimidade e poder de decisão para coordenar ações entre diferentes municípios e setores, superando a segmentação das políticas públicas.

“As políticas públicas são muito setorizadas, de modo que se pensa a habitação separada do saneamento, separada do transporte, e assim por diante. Então, essa autoridade pública tem que ter uma legitimidade e uma capacidade de ser representante dessas políticas e de realizar essa integração e essa coordenação”, argumentou.

Um exemplo, conforme Ribeiro, é o modelo de mobilidade urbana nas regiões metropolitanas, que está em colapso. O coordenador nacional do Observatório defende a criação de uma política de transporte integrada, que conecte os sistemas das diferentes cidades e modais, centrada na ideia da Tarifa Zero. “Essa proposta, que já é aplicada em alguns municípios, envolve o poder público assumindo a função de ser o gestor do sistema de transporte de mobilidade, e as empresas vão prestar serviços ao poder público”, justificou.

Para ele, hoje o Observatório tem a capacidade de não apenas informar, mas também propor debates e enfoques estratégicos. “Conseguimos ‘furar a bolha’ e estabelecer uma rede de veículos de comunicação com os quais temos uma relação mais estreita, nos tornando parceiros na promoção de temas fundamentais para a agenda pública”, pontuou.

Segundo Ribeiro, o projeto mostrou a capacidade do Observatório de atuar de forma coordenada e eficiente a nível nacional. “Saímos transformados por esse projeto, e agora o importante é manter a continuidade desse ativismo, equilibrando a mobilização com a seriedade da nossa esfera acadêmica. A adesão das pessoas foi impressionante e o resultado foi positivo. Nossa missão é seguir com essa agenda, mantendo o ativismo, mas sempre integrando-o à nossa função acadêmica e de pesquisa”, afirmou.

O pesquisador do Núcleo Rio de Janeiro, Orlando Santos Junior, comentou sobre o impacto do projeto:

“Este foi um experimento extremamente virtuoso. A comunicação esteve bem sintonizada, e a coordenação das equipes, junto com a articulação interna dos eixos temáticos, fortaleceu nossa rede de maneira significativa. Tivemos um impacto interno muito importante, especialmente no sentido de integrar ainda mais nossos Núcleos Regionais”, ressaltou.

De acordo com Junior, o Observatório tem feito um grande esforço para traduzir o conhecimento de maneira acessível a um público mais amplo, incluindo ativistas e pessoas que atuam na esfera pública. “Isso trouxe um impacto notável na agenda pública, e várias pessoas comentaram sobre a relevância do nosso trabalho. O caminho agora é seguir aprimorando e ampliando nosso alcance”, apontou.

Confira o vídeo de lançamento da publicação:

Fóruns Locais e lançamentos dos Cadernos de Propostas

Com o objetivo de informar e influenciar o debate público em torno das eleições municipais de 2024, os Núcleos Regionais do INCT Observatório das Metrópoles promoveram Fóruns Locais. Durante esses eventos, foram lançados os “Cadernos de Propostas”, que reúnem um conjunto de proposições para as Regiões Metropolitanas, a partir de reflexões sobre os cenários atuais. Confira:

A seguir, confira os registros das atividades promovidas pelos núcleos: