Economia Metropolitana e Desenvolvimento Regional. Mudanças da base produtiva e mercado de trabalho
O Brasil é, na atualidade, um país eminentemente urbano, em que parcela significativa de sua população se concentra nos espaços metropolitanos, o que confere à dinâmica econômica modos de estruturação que reflete essa realidade. De um lado, o modo como o país se organiza populacional e territorialmente influencia na sua estrutura econômica; de outro lado, essa estrutura econômica contribui para a organização populacional e territorial do país.
Neste sentido, a preocupação com o desenvolvimento econômico nacional deve considerar, ao mesmo tempo, o papel que desempenha as principais metrópoles nesse processo, na medida em que são importantes mercados de consumo e de trabalho, e o impacto desse desenvolvimento sobre os espaços metropolitanos, principalmente referentes à estrutura econômica e à organização do mercado de trabalho de cada uma dessas metrópoles. Porém, mesmo que isso seja válido para todo o país, o modo como cada metrópole se apresenta economicamente também reflete as condições de sua formação histórica e do contexto regional onde elas estão inseridas.
Por este motivo, torna-se muito significativa a análise da estrutura econômica e da organização do mercado de trabalho das principais metrópoles do país, tendo em vista suas diferenças econômicas regionais, para podermos refletir sobre a importância dessas metrópoles para o desenvolvimento econômico nacional. Neste sentido, este projeto dará ênfase às análises da estrutura produtiva regional e metropolitana, da divisão socioespacial do trabalho, da importância, característica e dinâmica da indústria por intensidade tecnológica e do terciário urbano-metropolitano.
Objetivo:
O objetivo geral é analisar as mudanças na estrutura produtiva e na organização do mercado de trabalho das principais metrópoles brasileiras e o desenvolvimento regional. Compreendendo a complexidade da questão das escalas para a análise urbano-metropolitana e entendendo que um olhar “multiescalar” pode acrescentar diversidade e especificidade ao estudo sobre estrutura produtiva e dinâmica do mercado de trabalho em um país tão heterogêneo quanto o Brasil, optou-se, pela sugestão de dois recortes espaciais.
- O primeiro, de um ponto de vista multiescalar, considera a economia metropolitana no seu contexto regional e sua articulação com o espaço nacional ou mesmo internacional.
- O segundo considera a economia metropolitana numa perspectiva intramunicipal e/ou intraurbana, onde se pretende compreender o modo como se configura internamente suas atividades econômicas e também seu mercado de trabalho, tanto orientado pela análise multiescalar anterior, quanto orientado pela dinâmica própria de sua economia interna, no que se refere ao que é específico do processo de acumulação urbana (análise do terciário, do setor imobiliário etc.).
Metodologia:
Serão utilizados métodos quantitativos e bases de dados secundárias (PIB dos Municípios, do IBGE, e RAIS, Antigo Ministério do Trabalho). Além de uma classificação geral das atividades econômicas, com base na CNAE 2.0, já realizada em 2018, pretende-se desenvolver outros recortes temáticos:
- Serviços por intensidade de conhecimento
- Complexo urbano-imobiliário-financeiro
- Complexo urbano-imobiliário-turístico.
O recorte regional a ser utilizado está baseado nas regiões metropolitanas institucionais, regiões geográficas imediatas e intermediárias e unidades federativas pertencentes a cada uma das regiões metropolitanas dos núcleos do Observatório das Metrópoles.
Coordenadores(as):