A Revista Acervo, periódico científico do Arquivo Nacional, torna pública a chamada para o dossiê “Espaços urbanos e metropolização no Brasil (1940-1970)”, cuja proposta é refletir sobre os debates recentes em torno do processo de metropolização das cidades brasileiras, pensado como fenômeno que tem seu início nos anos 1940 e se institucionaliza nos anos 1970, e sobre as potencialidades dos diferentes acervos documentais sobre a urbanização no Brasil na segunda metade do XX.
O dossiê propõe uma percepção abrangente do fenômeno, não apenas do ponto de vista do planejamento urbanístico e da reconfiguração física das cidades, mas também das novas dinâmicas sociais, econômicas e políticas impulsionadas pela metropolização, e pelas formas de sociabilidade e lutas pelo direito à cidade.
Os editores são Raphael Rajão Ribeiro, doutor em História, Política e Bens Culturais pelo Centro de Pesquisa e Documentação em História Contemporânea do Brasil (Cpdoc/FGV) e pesquisador do Museu Histórico Abílio Barreto/Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte (MHAB/FMC); e Samuel Silva Rodrigues de Oliveira, doutor em História, Política e Bens Culturais pelo Cpdoc/FGV, professor e pesquisador no Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LEHMT/UFRJ) e no Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (PPRER/Cefet/RJ).
As submissões de trabalhos devem ser encaminhadas até o dia 31 de agosto de 2022, pelo site da revista Acervo, para as seções Dossiê Temático e Resenha. O dossiê será publicado de forma contínua entre janeiro e abril de 2023. As contribuições devem estar de acordo com o foco e o escopo do periódico e seguir as normas editoriais.
Em 2023, registra-se a efeméride dos cinquenta anos da legislação que inaugurou a regulamentação das regiões metropolitanas nas cidades brasileiras. O ano de 1973 foi o marco para a institucionalização das regiões metropolitanas (RMs) com a lei complementar n° 14, que estabeleceu as RMs de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Curitiba e Belém. Trata-se da consolidação de um fenômeno histórico que se desenhava desde meados do século XX, impulsionado pela industrialização dos principais núcleos urbanos do país.
A partir dos anos 1940, diferentes cidades experimentaram um crescimento urbano-industrial acompanhado pela expansão da informalidade urbana dos subúrbios, vilas, favelas, invasões e periferias, e pela politização dos territórios a partir de diferentes formas associativas. Se, em 1940, cerca de trinta por cento da população brasileira habitavam as cidades, em 1970, esse percentual era de mais de cinquenta por cento. A urbanização brasileira foi experimentada através da intensificação da migração rural-urbana e da organização de protestos para a luta pelo direito à cidade.
A sociabilidade construída nos espaços urbanos condicionou comportamentos, distâncias e segregações socioeconômicas e raciais, bem como configurou agências e identidades sociais e políticas. A historiografia tem contribuído para mostrar a heterogeneidade dessas formações urbanas e a maneira como a metropolização marcou não somente a paisagem e o contexto urbano brasileiro, mas foi constitutiva de novas subjetividades e experiências sociopolíticas.
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