Em artigo publicado no nº 45 da revista franco-brasileira de geografia Confins, Eustogio Dantas, Clelia Lustosa Costa e Carlos Sousa da Silva analisam a dinâmica de disseminação e os impactos da COVID-19 em Fortaleza.
No texto intitulado “Fortaleza, de uma contaminação derivada dos lugares turísticos à transformação dos espaços de moradia em territórios de adoecimento e de morte“, os autores identificam uma primeira onda de disseminação do vírus vinculada a locais com fluxo de turistas, como aeroportos, e na sequência o avanço dessa contaminação para os espaços de moradia, especialmente os bairros pobres, de alta vulnerabilidade socioeconômica.
Conforme afirmam os autores:
(…) tal gênero de migração da Covid-19, leva a instituição de outro gênero de território, no qual o número de mortes é numericamente superior aos dos bairros nobres. Em Fortaleza culmina na configuração de um “Colar da Morte por Covid-19.
Pautados em dados oficiais (Plataforma Integra SUS), os pesquisadores construíram uma base cartográfica que possibilita o entendimento dos desdobramentos associados aos casos confirmados e de óbitos da COVID-19. Os mapas utilizados no artigo foram transformados em GIF animado, conforme abaixo:
Confira o resumo do artigo:
A COVID-19 toma o mundo e atinge as metrópoles periféricas. De marca representativa de seus desdobramentos nos países centrais da Europa Ocidental e dos Estados Unidos, acompanhamos um processo representativo do ocorrido no Brasil, ênfase dada a seu desdobramento em Fortaleza. Pautado em dados oficiais (Plataforma Integra SUS), construímos uma base cartográfica a respaldar nossa análise e culminar, consequentemente, no entendimento dos desdobramentos associados aos quantitativos de casos confirmados e de óbitos, com rebatimento na dimensão etária e da vulnerabilidade socioeconômica. Vislumbramos, a partir dos mesmos, caracterização de movimento representativo da instituição dos lugares turísticos como territórios de disseminação e cujo rebatimento na metrópole transforma espaços de moradia em territórios de adoecimento e de morte. O último território se destaca, assim, como representativo dos desdobramentos da COVID-19 nas cidades brasileiras e a rebater predominantemente em áreas de alta vulnerabilidade socioeconômica, sito em bairros populares.
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