Composta por 13 municípios, a RM de Salvador ficou com 0,573 na avaliação do Índice de Bem-estar Urbano – IBEU Global, uma posição intermediária entre as 15 regiões metropolitanas analisadas pelo Observatório das Metrópoles. Entre os municípios que integram a RMS apenas Madre de Deus e Pojuca podem ser considerados com boas condições de bem-estar urbano. Já o restante dos municípios apresentam níveis intermediários e ruins em indicadores como condições ambientais, habitacionais, serviços coletivos e infraestrutura urbana.
DESIGUALDADES E BEM ESTAR URBANO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR
Gilberto Corso Pereira
Inaiá Maria Moreira de Carvalho
Cláudia Monteiro Fernandes
As grandes manifestações e protestos populares que marcaram o mês de junho deixaram patente a precariedade das condições e serviços urbanos nas cidades brasileiras, assim como a sua relevância para a vida e bem estar da população. Compreendendo esta relevância, o Observatório das Metrópoles produziu e divulgou recentemente o Índice de Bem Estar Urbano – IBEU, analisando e comparando a dimensão urbana do bem estar usufruído pelos moradores das grandes metrópoles nacionais. Construído com base nos dados do Censo Demográfico de 2010, ele abrange um conjunto de indicadores que remetem às dimensões da mobilidade urbana, condições ambientais urbanas, condições habitacionais urbanas, atendimento de serviços coletivos urbanos e infraestrutura urbana, com as suas desigualdades regionais e locais.
Composta por 13 municípios, com um IBEU de 0,573 a Região Metropolitana de Salvador ficou em uma posição intermediária em termos de bem estar urbano em 2010, inferior à de metrópoles como Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo, mas superior à de outras como Recife, Manaus e Belém.
Entre os municípios que integram a RMS apenas Madre de Deus e Pojuca podem ser considerados com um bom índice de bem estar urbano. São Francisco do Conde, Candeias, Camaçari, São Sebastião do Passé, Salvador e Lauro de Freitas apresentam condições intermediárias, e Simões Filho, Dias D’Ávila, Mata de São João, Vera Cruz e Itaparica, com um IBEU inferior a 0,701, podem ser classificados como em condições ruins.
Analisando-se as diferentes dimensões do índice em discussão, verifica-se que a maioria dos municípios que compõem a RMS apresentava uma boa condição no indicador mobilidade urbana ou uma condição intermediária a esse respeito, principalmente porque se trata de áreas urbanas de menor porte e onde os deslocamentos se efetuam predominantemente no âmbito dos seus centros. Salvador constitui a grande exceção nesse quadro, em decorrência do tamanho do seu território e da sua população, da concentração das oportunidades de trabalho em alguns poucos pontos desse território e da sua população, da concentração das oportunidades de trabalho em alguns poucos pontos desse território e da precariedade do sistema de transporte público.
Como Salvador concentra também a população da RMS pode-se afirmar que a condição de mobilidade urbana é precária para a grande maioria dos habitantes da Região Metropolitana e em Salvador não faz distinção entre ricos e pobres atingindo todos do mesmo modo.
No que tange às condições ambientais urbanas, mensuradas com base na arborização e na existência de esgotos a céu aberto e de lixo acumulado no entorno dos domicílios, só dois municípios, Madre de Deus e Vera Cruz, encontram-se em uma boa situação. A maioria dos componentes da RMS (ou, mais precisamente, São Sebastião do Passé, São Francisco do Conde, Camaçari, Salvador, Lauro de Freitas, Itaparica, Pojuca e Candeias) estão classificados em um nível intermediário e três deles (Simões Filho, Mata de São João e Dias D’Ávila) apresentavam condições ambientais ruins.
Como seria de esperar, não foram muito melhores os resultados relativos à dimensão habitacional, uma vez que apenas em Madre de Deus e Pojuca foi constatada uma boa condição. Em nove dos treze municípios essa condição ficou em um nível intermediário e em outros dois (Itaparica e Vera Cruz) foi constatada uma situação ruim.
Como os indicadores do atendimento de serviços coletivos urbanos se reportam a itens básicos como água, esgoto, energia e coleta de lixo, os números relativos a esta dimensão do índice foram um pouco mais positivos. Pojuca, Madre de Deus, Salvador e Candeias encontravam-se em boas condições e Lauro de Freitas, São Sebastião do Passé, São Francisco do Conde, Camaçari e Simões Filho em condições intermediárias. Mas a situação de Dias D’Ávila, Mata de São João e Itaparica era ruim e a de Vera Cruz muito ruim, destacando o fato de que a Orla Atlântica acima de Lauro de Freitas tem uma situação muito ruim no município de Camaçari.
Para ler a análise completa do IBEU da RM de Salvador, acesse aqui.
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Última modificação em 05-06-2014 19:37:52