O INCT Observatório das Metrópoles oficializa a entrada da Universidade Autônoma Metropolitana Unidade Xochimilco (UAM-X), Cidade do México, na rede de pesquisa do instituto. Essa é a segunda parceria internacional do Observatório, que já havia formalizado convênio com o Instituto Del Conurbano (Buenos Aires, com o propósito de desenvolver estudos comparativos relacionados às dinâmicas metropolitanas da América Latina. Durante congresso no México, além de fechar acordo com a UAM-X, o professor Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro participou da criação da Rede Latino-Americana de Teoria Urbana.
A Universidade Autônoma Metropolitana Unidade Xochimilco (UAM-X), Departamento de Teoria e Análises, representada pelo professor Emílio Pradilla Cobos, formalizou a parceria com o Observatório das Metrópoles e o IPPUR/UFRJ, colocando a Cidade do México dentro da rede de pesquisa do instituto brasileiro.
Em março de 2010 foi firmado o primeiro convênio entre as duas instituições a fim de desenvolver a pesquisa “As grandes metrópoles da América Latina: Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires, Valle de México”. Proposto pelo coordenador do Observatório das Metrópoles, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, o estudo comparativo prevê a análise das quatro metrópoles de maior população e importância econômica do continente latino-americano, tomando como base os efeitos territoriais da globalização neoliberal em países com regimes políticos de diferentes orientações e com distintas relações com os países capitalistas hegemônicos.
Segundo Emilio Pradilla Cobos, a relevância desse estudo está relacionada à possibilidade de interpretar os processos urbanos atuais das maiores e mais importantes metrópoles do continente e analisar suas determinações concretas, a fim de avançar sobre a teorização dos efeitos do neoliberalismo nos territórios urbanos em seu nível mais desenvolvido (metrópoles e cidades dominantes).
Participam também do projeto a Universidade de Buenos Aires (UBA), representada pelos professores Pedro Pirez e Pablo Cicolella; e o núcleo São Paulo do Observatório das Metrópoles, professoras Lúcia Bógus (PUC-SP) e Suzana Pasternak (USP).
Para uma nova teoria urbana latino-americana
Durante o seminário internacional “Teorías sobre La ciudad contemporánea en América Latina”, realizado na Universidade Autônoma Metropolitana, Unidade Xochimilco (UAM-X), no período de 17 a 20 de outubro, surgiu a ideia entre os participantes da criação da Rede Latino-Americana de Teoria Urbana. Segundo o professor Emílio Pradilla Cobos, a iniciativa visa desencadear uma reflexão sistemática sobre a construção de uma teoria urbana adaptada à realidade latino-americana.
Para o coordenador do Observatório das Metrópoles, Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, a construção de uma teoria urbana da América Latina passa por três atitudes possíveis: a primeira, política; a segunda é epistemológica e a terceira, teórica. “A atitude política significa empreender uma sociologia crítica da circulação internacional e assimétrica das ideias e dos ideais dos países do Norte para o Sul, com o objetivo de entender os mecanismos, instituições e processos pelos quais, no campo do planejamento urbano, os problemas de pesquisa, categorias e conceitos são exportados e absorvidos como naturalmente universais. Outra dimensão da atitude política é ter como referência um projeto utópico, pois não há teoria que não esteja dialogando, de maneira implícita ou explícita, com outro tipo de sociedade”, afirma.
Dentre os objetivos gerais da rede, merecem destaque a) incentivar a formação de um pensamento teórico crítico latino-americano sobre a problemática urbana da região – realidade com suas diferenças e contradições em relação ao pensamento hegemônico; b) incentivar a pesquisa, a docência e o intercâmbio de pesquisadores para a produção de trabalhos originais sobre teoria urbana; c) estabelecer relações de intercâmbio para formação do pensamento crítico sobre o tema em outras regiões do mundo; d) apoiar e promover a realização de investigações e teses de pós-graduação que façam abordagens comparativas dos problemas territoriais em diferentes países da América Latina; e e) promover a igualdade, a equidade e a reciprocidade dos intercâmbios científicos no campo da teoria urbana, com os chamados países hegemônicos.
A rede terá, durante o período 2011-2013, uma coordenação colegiada formada pelos professores Blanca R. Ramírez e Emílio Pradilla Cobos (UAM-Xochimilco) e Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro (IPPUR/UFRJ). Além disso, contará com um Comitê Científico integrado por Fernando Carrión (FLACSO, Ecuador), Alberto Lovera (UCV, Venezuela), Pedro Pires (UBA, Argentina) e Samuel Jaramillo (UA, Colombia).
“Os próximos passos estão relacionados à operacionalização do instrumento de comunicação e difusão da rede (página da web), abertura das inscrições pessoais e início da organização do primeiro encontro da Rede Latino-Americana de Teoria Urbana, que acontecerá em 2013, no Rio de Janeiro”, afirma o professor Emílio Pradilla.