A revista Cadernos Metrópole, um dos principais produtos do Observatório das Metrópoles, convida pesquisadoras e pesquisadores das diversas áreas de conhecimento, que abordam a questão urbana e regional, a enviarem artigos sobre o tema “Território e inovação”, referente à edição nº 56 (v. 25).
Com organização de Regina Tunes, professora adjunta do Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora do Observatório das Metrópoles Núcleo Rio de Janeiro, o dossiê visa reunir trabalhos que abordem a inovação enquanto um processo de metamorfose das relações sociais, especialmente do ponto de vista das mudanças no planejamento e na gestão do território.
Território e inovação
Organizadora: Regina Tunes
A inovação é uma atividade, como já apontou o economista Joseph Schumpeter e mais recentemente o geógrafo David Harvey, revolucionária e que metamorfoseia as relações sociais. São muitas atividades que hoje podem ser consideradas inovadoras, como as inovações na produção das mercadorias, nos processos de produção, no gerenciamento e gestão das empresas, na proposição de políticas públicas, no âmbito educacional, nas estratégias de planejamento urbano e metropolitano, nos procedimentos metodológicos de análise das metrópoles e das regiões metropolitanas, nos serviços ambientais e ecossistêmicos, nas diferentes formas de comunicação e marketing das empresas, da sociedade civil e do Estado, na articulação dos movimentos sociais, entre outras possibilidades. O cerne do processo de inovação é a articulação de diferentes agentes, atores e sujeitos na resolução de problemas ou desafios e que resultem na criação de algo novo ou substancialmente melhorado. Esse novo pode ser constituído de formas diferentes: um produto, um serviço, uma política pública, uma estratégia de desenvolvimento urbano e metropolitano, entre outras.
É inegável que a partir das últimas décadas do século passado os processos inovadores ganharam forte impulso no contexto da reestruturação produtiva, do advento das finanças como capital hegemônico e dos novos desafios que esse contexto mais amplo impôs ao planejamento dos territórios metropolitanos e não metropolitanos. Isso envolve considerar a relação da inovação com as flexibilizações na produção da indústria e dos serviços, com as relações de trabalho que levam à precarização maciça da classe trabalhadora, com a atuação do Estado ao desregular os movimentos do capital e se articular ao capital privado nas políticas públicas urbanas e territoriais, com a revolução tecnológica e digital e com os problemas relacionados ao imbricamento dos processos de valorização do capital e capitalização (autonomização do capital).
A inovação pode ser considerada uma verdadeira metamorfose das relações sociais pois mobiliza e cria conhecimentos diversos, utiliza e produz recursos tangíveis e intangíveis, integra diferentes agentes em relações de interatividade com significativa atuação do Estado, promove mudanças significativas no planejamento e gestão do território – e imbrica uma série de capitais e de processos de acumulação. É também uma atividade que evidencia cria e reproduz conflitos de diversas naturezas, com destaque para os que envolvem a relação capital e trabalho, dentre outros.
Data-limite para envio dos trabalhos: 30 DE ABRIL DE 2022.
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