Está aberta a chamada de artigos para a Revista Cadernos Metrópole nº 50, cujo tema é “Narrativas pós-neoliberais: interseções entre extrativismo urbano e movimento social”.
Organizado Ernesto López-Morales e Orlando Alves dos Santos Junior, esse dossiê pretende reunir trabalhos empíricos e/ou teóricos, que desenvolvam em uma ou múltiplas escalas de observação, análises teóricas e metodológicas sólidas, e que também imaginem cenários “pós-neoliberais”, recuperando dimensões de utopia ou mesmo distopia.
Narrativas pós-neoliberais: interseções entre extrativismo urbano e movimento social
Organizadores: Ernesto López-Morales e Orlando Alves dos Santos Junior
À porta de uma nova década, o urbanismo capitalista exige algumas revisões. Ganha força a noção de que as dinâmicas do desenvolvimento urbano na América Latina e no mundo ultrapassaram limites irreversíveis. A confiança no crescimento econômico, que caracterizou as últimas quatro décadas, hoje é confrontada com a extrema desigualdade que esse mesmo crescimento gerou. As deficiências, a exclusão social e a segregação urbana resultaram em uma perda de confiança nos estados nacionais e subnacionais diante de um amplo espectro de camadas sociais baixas e médias insatisfeitas. Isso resultou em manifestações violentas nos espaços públicos e também nos privados. A instabilidade política observada recentemente em Santiago do Chile, Bogotá, La Paz e Quito – anteriormente no Rio de Janeiro, São Paulo e Buenos Aires – gerou mais incerteza do que certezas quanto à real estabilidade dessas economias e sociedades. As “disciplinas” das ciências sociais demonstram sua miopia para explicar essas questões.
Por outro lado, solo urbano e habitação foram cada vez mais transformadas em meros espaços para a reprodução do capital global em busca de renda e investimento. Os ganhos derivados da dívida das famílias são cada vez mais incidentes no PIB nacional, mas geram efeitos sociais e políticos desastrosos. As externalidades sociais e ambientais geradas em grande parte pela urbanização, baseadas no constante crescimento atual, são ameaças crescentes à reprodução da vida, do meio ambiente e da própria sociedade. Hoje, uma cidade neoliberal complexa enfrenta crescentes protestos populares, e redefinir seu futuro é um objetivo político a médio e curto prazo.
Mais do que linhas temáticas, convidamos os autores a aprofundar as interseções (ou fissuras) entre algumas (ou todas) essas coordenadas. Procuramos receber trabalhos empíricos e/ou teóricos, que desenvolvam em uma ou múltiplas escalas de observação, análises teóricas e metodológicas sólidas, e que também imaginem cenários que poderíamos chamar de “pós-neoliberal”, quem sabe recuperando dimensões de utopia ou mesmo distopia (verifique Orwell, Huxley, Wells e Margaret Atwood). Em resumo, ensaios que se descolem da encruzilhada do atual desenvolvimento urbano capitalista e sejam voltados para futuros prováveis. Algumas das coordenadas às quais nos referimos podem ser definidas das seguintes maneiras: (1) “urbanismo extrativista” de terras e territórios; (2) a cidade frente aos limites do crescimento; (3) estudos de conflito social; e (4) da governança participativa aos espaços de violência.
Data-limite para envio dos trabalhos: 31 DE MAIO DE 2020.
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