A população da região metropolitana de São Paulo está mais velha, seguindo a tendência nacional. É o que mostra a análise dos pesquisadores do INCT Observatório das Metrópoles sobre os dados do Censo 2010: o índice de envelhecimento mudou de 20,73 em 2000 para 34,48 idosos para cada 100 jovens em 2010, com proporção de pessoas com 65 anos e mais indo de 5,48% da população total para 7,12%.
A composição demográfica varia entre o núcleo da metrópole (município de São Paulo) e a periferia (demais municípios). A população da capital tem maior proporção de idosos (com 65 anos e mais): 8,13% do total em 2010, comparando com a dos municípios da periferia (5,78%). Isto se traduz num índice de envelhecimento de 39,16 na capital e em 24,60 idosos para cada 10 jovens na periferia.
A proporção de menores de 15 anos é superior nos outros municípios que não a capital: 23,50% do total populacional para a periferia e 20,76% no município de São Paulo. A razão de sexo na capital favorece mais as mulheres que na periferia: 89,93 homens para cada 100 mulheres, enquanto que na periferia esta proporção foi de 94,90.
Já no Estado de São Paulo, os dados do Censo Demográfico de 2010 mostram que em São Paulo os grupos etários entre 0-4 e 5-9 anos tiveram forte perda absoluta no seu contingente populacional, seguido pelos grupos entre 10 e 14 e 15 a 19 anos, para os dois sexos.
Os ganhos mais expressivos vão acontecer em grupos etários elevados, acima de 45 anos. Percebe-se também a feminização da população estadual, já que a variação da população feminina foi superior à masculina: a razão de sexo estadual em 2000 era de 96,01, passando para 94,87 homens para cada 100 mulheres.O Estado de São Paulo tornou-se mais feminino e mais idoso. Para o Brasil como um todo a proporção de jovens é de 24,08% da população total em 2010, e a de pessoas com 65 anos e mais, de 7,38%, contra 21,47% e 7,85% para São Paulo, respectivamente.
Incremento da população
O Estado de São Paulo atinge, em 2010, uma população de 41.252.162 habitantes, 95,94% vivendo em áreas urbanas e 58,53% nas suas áreas metropolitanas institucionais – São Paulo, Santos e Campinas. O grau de urbanização no Estado de São Paulo é alto, bem maior que a da Região Sudeste, de 92,95% e a do Brasil, de 84,36%, mostrando um estado com população rural reduzida, de apenas 1.676.948 pessoas em 2010. A urbanização no estado de São Paulo é crescente: a proporção de população urbana era, em 1950, de 52,59%, subindo para 88,65% em 1980, 93,41% em 2000 e atingindo em 2010 o percentual de 95,94%.
O peso da população paulista no total da população brasileira subiu até o ano de 1980, quando São Paulo possuía quase metade da população do Brasil. Desde então, esta proporção vem descendo lentamente, representando hoje quase 22% da população brasileira. Até o decênio de 2000-2010 as taxas de crescimento da população paulista eram sempre maiores que as taxas brasileiras. O incremento absoluto da população paulista na primeira década de 2000 foi de 4.219.758 pessoas. Grande proporção deste incremento se deu nas três regiões metropolitanas institucionais: São Paulo, Campinas e Santos, com aumento de 2.455.441 moradores entre 2000 e 2010, ou seja, mais de 58% do aumento da população estadual entre 2000 e 2010 aconteceu nas regiões metropolitanas, indicando, além de urbanização, concentração populacional.
As três regiões metropolitanas institucionais são responsáveis por 58,53% da população do Estado em 2010 (este valor era de 58,57% em 2000, indicando estabilidade na proporção das metrópoles na população estadual). A Região Metropolitana de São Paulo vem diminuindo muito lentamente seu peso na população do Estado: chegou a representar quase a metade da sua população em 1980, chegando em 2010 a 47,72%.
Pujança econômica
A pesquisa da Atividade Econômica Paulista (Paep), de 2001, assim como sua precedente de 1996, confirmam a existência de forte núcleo na Região Metropolitana de São Paulo, complementado com atividade econômica intensa nas regiões que compõem o seu entorno – Sorocaba, Campinas, São José dos Campos e Baixada Santista – e uma região interiorana com menor escala de produção.
Os dados demográficos das meso regiões seguem a tendência econômica: A meso região Macro metropolitana, onde se encontra parte da RA de Sorocaba cresce a taxa de 1,63% ao ano, a do Vale do Paraíba paulista (onde aloca-se a RA de São José dos Campos) a 1,20% ao ano , a de Campinas cresce a 1,47% anuais no período 2000-2010, e a meso região Metropolitana de São Paulo, que inclui a metrópole institucional e parte da Baixada Santista, a 0,96% ao ano no período. No período 1996-2001 a metrópole institucional de São Paulo perdeu participação relativa, de 60% para 53% do PIB estadual, enquanto que Campinas, São José dos Campos e Santos aumentaram sua participação estadual no período. Nas regiões que elevaram sua participação estadual encontram-se indústrias como aço e aeronáutica (Embraer) e alimentos (cana e laranja). Nas regiões de Campinas e Santos se encontram as principais refinarias do Estado (Paulínia e Cubatão).
A pujança econômica dos municípios paulistas é claramente percebida na comparação com os municípios de outros estados do país. Destaca-se o caso da capital do Estado de São Paulo, cuja participação no PIB nacional (12%) supera não só a de todos os municípios como também a de todos os estados, com exceção de São Paulo. Além disso, dos 30 maiores municípios brasileiros melhor classificados em termos da riqueza por habitante gerada, 11 situam-se no estado de São Paulo e são responsáveis por cerca de 20% do PIB nacional, conforme o Quadro 1 abaixo.
A partir do quadro, percebe-se que as atividades econômicas estão concentradas nas meso regiões Região Metropolitana de São Paulo, que agrega parte de Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba, Macro Metropolitana de São Paulo e Ribeirão Preto. As informações acima demonstram também como esta concentração econômica se reflete em termos geográficos, já que apenas o município da capital foi responsável por mais de 35% do PIB paulista em 2008. Além disso, é importante destacar que os 6 municípios responsáveis por cerca de 50% do PIB estadual localizam-se a menos de 100 km da capital, e 5 pertencem à Grande São Paulo: São Paulo, Guarulhos, Osasco, São Bernardo do Campo, Barueri, um à meso região Macro Metropolitana (Jundiaí). As exceções em relação ao vigor econômico referem-se à meso região de Ribeirão Preto, cujo município sede localiza-se a mais de 300 km e meso região da Vale do Paraíba Paulista, onde se situa São José dos Campos, a 140 km da capital.
Acesse o estudo realizado pelo núcleo de São Paulo do Observatório das Metrópoles.