A região metropolitana de Goiânia experimentou, na última década, crescimento populacional acima da média do estado de Goiás e do Brasil. Conforme os dados divulgados pelo Censo 2010, a taxa geométrica de crescimento populacional da metrópole goiana no período foi 2,23% ao ano, ante a 1,84% do estado e 1,17 da média nacional.
De acordo com a análise do núcleo Goiânia da rede INCT Observatório das Metrópoles, coordenada pelo professor Aristides Moysés da PUC Goiás, o expressivo crescimento da população goiana, apesar do cenário de declínio da fecundidade e das taxas de natalidade, encontra sua explicação mais plausível nos crescentes saldos migratórios que vem sendo mostrado a cada nova pesquisa do IBGE: o estudo Deslocamentos Populacionais no Brasil (2011), mostra que “a região Centro-Oeste como um todo vem se destacando como novo eixo de atração populacional, e o Estado de Goiás, em particular, é o maior receptor de migrantes vindos de vários Estados, sendo classificado como área de média absorção migratória”.
A maior parte do crescimento populacional de Goiás ocorreu nas áreas urbanas. A taxa de urbanização do Estado chegou a 90,30% em 2010 – bem acima das taxas nacional que foi de 84,36% e do Centro-Oeste que foi de 88,80%. Em três municípios da Região Metropolitana institucionalizada, a urbanização já alcança praticamente o total da população, exemplos de Aparecida de Goiânia, Goiânia e Senador Canedo (que tem taxas de urbanização acima de 99%).
RM de Goiânia
Segundo o Censo 2010, a população metropolitana de Goiânia é constituída de 20 municípios, totalizando 2.173.141 habitantes. Esta população está distribuída num território de aproximadamente 7.315,1 km2, o que lhe confere uma densidade demográfica aproximada de 297,07 hab/km2. Desde o Censo de 1980, a taxa média de crescimento anual da população metropolitana vem se mantendo em 3,0%. Chama a atenção o fato de a maioria dos municípios apresentarem taxas elevadas de crescimento, todas superiores às do município Pólo – Goiânia.
Pela divisão mesorregional, observa-se que aproximadamente 70% da população goiana se concentram nas mesorregiões Centro e Leste Goiano (que abrigam a RM Goiânia e RIDE DF). Na última década, essas duas mesorregiões continuaram aumentando sua participação na população total do Estado e registraram também os maiores crescimentos proporcionais entre as demais: 20,55% e 27,84%.
Incluindo a população de Anápolis (eixo Goiânia-Anápolis-Brasília) de 334.613 mil habitantes, a população dessa região alcança 2.507.754 habitantes – significando que 41,76% da população do Estado vivem em 21 municípios (8,53% dos municípios goianos), os quais distam no máximo 50 Km do pólo metropolitano – a capital Goiânia.
Com relação ao peso da população metropolitana no total do Estado, é possível observar que quando se separa a RM de Goiânia da mesorregião Centro Goiano somente a metrópole abriga 2/3 da população estadual e aumentou sua participação de 34,8% para 36,2% entre 2000-2010.
Internamente à metrópole goianiense, verifica-se que o peso populacional do núcleo metropolitano e da periferia segue caminhos inversos: enquanto o núcleo vai perdendo peso – de 62,7% para 59,9% da população metropolitana; a periferia vai aumentando sua fatia populacional – de 37,3% para 40,1% da população da metrópole. Três municípios metropolitanos figuram entre as 10 maiores taxas anuais de crescimento de Goiás: Goianira (6,17% – Alta Integração), Senador Canedo (4,74% – Muito Alta Integração) e Santo Antônio de Goiás (4,21% – Média Integração).
População feminina predominante
A população feminina é predominante em Goiás e vem aumentando mais rapidamente que o número de homens: são 3.022.161 mulheres e 2.981.627 homens, o que resulta numa proporção de 98 homens para cada 100 mulheres (ou 40.534 mulheres a mais). Entre as mesorregiões destaca se o Centro Goiano tem a maior concentração da população feminina: em 2010 chegou a 70.794 mil mulheres a mais que homens, enquanto em todas as outras mesorregiões o quantitativo de homens é maior que o de mulheres. Por sua vez, a RM de Goiânia concentra quase todo o excedente feminino do Centro Goiano: são 67.129 mil mulheres a mais que homens.
Tendência nacional: envelhecimento
Em consonância com o restante do país, os dados do Censo 2010 mostram uma tendência de envelhecimento da população goiana. Tais mudanças na estrutura demográfica de Goiás traduzem a reconfiguração da sua pirâmide etária: estreitamento da base da pirâmide – com a redução dos grupos mais jovens, e alargamento do topo da pirâmide – inversão na proporção dos grupos etários adultos (a partir do intervalo 25 a 29 anos): o grupo entre 60 e 64 anos alcança 3,1% da população; entre 65 e 69 anos alcança 2,3% da população; e o grupo de 80 anos e mais com 1,1% da população.
Na RM de Goiânia, separando o município Pólo – Goiânia e os demais municípios metropolitanos, essa reconfiguração piramidal é ainda mais acentuada: maior estreitamento da base da pirâmide (redução de todos os grupos entre o e 19 anos); alargamento do centro da pirâmide (grupos entre 25 e 34 anos) e do topo da pirâmide (grupos a partir de 40 anos de idade).
Terceiro conglomerado urbano e mercado consumidor do país
Dada a polarização exercida pela Capital, a conseqüência mais imediata é que muitos dos problemas sociais de Goiânia são gerados nos municípios vizinhos, fato esse que exige dos gestores urbanos desse imenso espaço territorial, ações conjuntas na perspectiva de se alcançar resultados positivos com as políticas públicas de inclusão social.
Considerando a população dos municípios goianos integrante da RIDE DF, que juntos somam uma população de 1.047.266 milhão de habitantes (28% da população da RIDE DF), são 3.889.633 habitantes neste espaço geográfico. E somando a totalidade da população da RIDE DF que em 2010 alcançou aproximadamente 3,717 milhões de habitantes, os três principais núcleos populacionais da região Centro-Oeste juntos concentram mais da metade de toda a população da região: 6.224 milhões de habitantes, formando o terceiro conglomerado urbano e mercado consumidor do país – e na comparação com as demais regiões metropolitanas a RM de Goiânia e a RIDE DF são as duas que mais crescem no Brasil, conforme os dados do IBGE. Concentrando também as maiores mazelas decorrentes das aglomerações desordenadas: pobreza, desemprego, baixo IDH, déficit de serviços de saúde, educação, saneamento básico, além de elevados índices de violência.
Acesse o relatório completo do núcleo de Goiânia da rede Observatório das Metrópoles aqui.