Conforme análise do núcleo local do Observatório das Metrópoles, a partir dos dados já divulgados pelo Censo 2010, a região metropolitana de Fortaleza teve um crescimento populacional significativo em uma década: 18,5% ou mais de 537 mil novos habitantes no período.
Considerando a distribuição populacional, segundo as mesorregiões do Ceará, verifica-se o predomínio de uma rede urbana marcada por forte macrocefalia, uma vez que a RMF concentra perto de 40% da população total do estado, nos dois anos censitários.
No segundo lugar em concentração de população, observa-se a mesorregião noroeste cearense, com aproximadamente 16% da população total do Estado nos dois anos. Dessa forma, se somarmos a população total dessa mesorregião à da RMF, teríamos mais da metade de toda a população do estado, em torno de 55% em 2000; e 57%, em 2010. Disto depreende-se que, apesar das ações planejadas e dos investimentos realizados, remanesce o crescimento mais acentuado na RMF.
Aumento do número de cidades de porte médio
Por sua vez, quando se observa a classificação dos municípios do estado segundo classes de tamanho de sua população, constata-se outro tipo de alteração. Há uma pequena redução do número de municípios com até 50 mil habitantes e aumento da quantidade de municípios com população variando entre 50 e 500 mil habitantes.
Dessa forma, verifica-se o aumento do número de cidades de porte médio, tanto aquelas com função de organizar espaços não metropolitanos, como as que se alojam nas metrópoles. Por sua vez, cresce o percentual de concentração de população nessa última classe de municípios. Juntos os municípios nas faixas entre 50 e 500 mil habitantes já representam mais de um terço da população cearense, passando de 27,5% para 34,5% da população total. Os municípios menos populosos perdem representatividade no total passando de 43% para 36%. Vale destacar que somente a capital é responsável por 29% da população total do estado do Ceará.
Envelhecimento da população
Considerando a distribuição de população em suas faixas etárias, algumas transformações podem ser claramente observadas. Em geral, conforme apresenta o Censo 2010, reduz-se o contingente demográfico nas faixas mais jovens, com idades inferiores a 20 anos. Ao mesmo tempo, observa-se a expansão da população em todas as demais faixas, denunciando tendência de aceleração do processo de envelhecimento da população.
Estreita-se a base e alarga-se o topo e, especialmente, aumenta o meio da pirâmide demográfica para todas as mesorregiões. A redução da base da pirâmide mostra-se mais intensa para Fortaleza, o núcleo da RMF, da mesma forma que faixas intermediárias indicam maior representatividade da população entre 20 e 49 anos, se comparadas as demais.
Fundamental perceber que estes dados indicam a necessidade de criação e implementação de políticas públicas específicas voltadas para essas mudanças. Novos equipamentos sociais, espaços públicos mais acessíveis e mesmo alterações na composição arquitetônica das unidades habitacionais se colocam como desafios para os gestores com relação ao futuro.
Acesse aqui na íntegra a análise realizada pelo Observatório das Metrópoles – Núcleo de Fortaleza.