Como se dá a produção do espaço associado ao agronegócio? Para entender essa questão, assim como parte da própria economia política da urbanização brasileira dos últimos cinquenta anos, a pesquisadora do Núcleo Fortaleza, Denise Elias (UECE), produziu o artigo “Agronegócio e seletividade espacial: uma região produtiva do agronegócio de frutas no Semiárido“.
Publicado no Dossiê “Cidades Médias” da Revista Espaço Aberto, periódico vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o texto analisa uma região localizada no Semiárido, considerada a principal produtora e exportadora de melão do país, para testar a hipótese de que o modelo econômico, social, político e territorial de produção agropecuária preconizado com a globalização vem promovendo parte da urbanização do Brasil nas últimas cinco décadas.
Nas conclusões, a autora afirma que “a crescente expansão do agronegócio, apesar de todo dinamismo econômico que possa gerar, tem promovido cada vez mais concentração de riquezas, pobreza estrutural, desigualdades socioespaciais no campo e na cidade”. Para Elias, boa parte da economia das regiões produtivas do agronegócio está alicerçada na apropriação privada de alguns bens naturais e na transformação destes em mercadorias.
A seguir, confira o resumo:
Este artigo se apoia na tese de que o agronegócio no Brasil é um dos responsáveis pelo aumento da fragmentação de seu território e pela formação de regiões especializadas na produção de alguns produtos agrícolas. Como objeto de análise temos uma dessas regiões, hoje a principal produtora e exportadora de melão do país, localizada no Semiárido e composta por municípios do Ceará e do Rio Grande do Norte, cuja centralidade urbana principal é exercida pela cidade de Mossoró (RN). Concluímos que os agentes hegemônicos do agronegócio de frutas têm cada vez mais domínio sobre as terras da região, os trabalhadores, as esferas locais de poder, assim como sobre a produção não só do espaço agrário, mas também urbano e regional.
Palavras-chave: uso corporativo o território, especialização regional, relações campo-cidade, Semiárido, Brasil.
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