Nesta semana, foram anunciados os nomes para compor o grupo técnico de Cidades e Habitação no gabinete de transição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dentre os integrantes anunciados, estão Erminia Maricato (arquiteta e urbanista, articuladora do BrCidades), Evaniza Rodrigues (mestre em arquitetura e urbanismo, integrante do UMM-SP/UNMP) e Nabil Bonduki (urbanista e professor da FAU-USP, ex-vereador e ex-secretário de Cultura de São Paulo). Nomes conhecidos na luta por cidades mais justas e solidárias, e que agora se somam ao grupo que apontará caminhos em áreas fundamentais, como habitação, saneamento e infraestrutura urbana.
O livro “Reforma Urbana e Direito à Cidade: questões, desafios e caminhos”, lançado recentemente pelo Observatório das Metrópoles, integra o projeto atual da rede que apresenta caminhos para o enfrentamento dos desafios colocados historicamente em vários dos temas que certamente serão objetos do grupo Cidades e Habitação do gabinete de transição. O posfácio do livro contém uma proposta inovadora de política urbana escrito por Erminia Maricato, Ion de Andrade e João Sette Whitaker, sob o título “Para salvar a Nação e garantir um futuro justo é necessário recuperar uma geração afetada pela fome, desemprego e Covid-19”.
“A crise econômica global, que adquiriu contornos trágicos no Brasil, e os efeitos da pandemia de Covid-19 impactaram profundamente a sociedade e, em especial, toda uma geração de crianças e jovens. O aumento da fome e da insegurança alimentar e a precariedade na formação escolar (o que inclui problemas na sociabilidade, além da educação) nos alertam sobre o impacto desses fatores nesta geração e no futuro da nação. No centro dessas questões está a necessidade e o direito de viver em condições dignas de habitabilidade. Isso inclui ter direito a moradia segura, acesso a uma renda mínima, à mobilidade urbana, à saúde e ao saneamento, mas não só. Também há aspectos que vão além e afetam diretamente crianças e jovens como a educação, a nutrição, o lazer e as práticas esportivas, culturais e artísticas.”
No texto, os autores apresentam sua proposta em termos orçamentários, de modo a alcançar os 30% mais pobres, a partir de uma lógica territorial com base no exemplo da cidade de São Paulo. Além da fácil implementação, destacam que a proposta compõe a essência do “direito à cidade”, no sentido de uma existência cidadã plena no território, que garanta uma vida comunitária densa e formadora, e uma perspectivas de futuro aos jovens. Ao final, os autores descrevem exemplos de experiências com resultados exitosos na área social.
O projeto “Reforma Urbana e Direito à Cidade” resultará numa coletânea composta por mais 16 livros sobre as metrópoles nas quais o Observatório está organizado como Núcleos Regionais. O objetivo é propor um olhar amplo e nacional sobre as possibilidades para a retomada e o avanço do projeto da reforma urbana e do direito à cidade nas metrópoles brasileiras.
A coleção será lançada na próxima semana, durante o Seminário Nacional Reforma Urbana e Direito à Cidade: desafios e caminhos, que ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro e contará com a participação de coordenadores(as) dos núcleos da rede, além de membros do Comitê Gestor. Todos os livros serão disponibilizados gratuitamente para download em nossas redes. Acompanhe!
Saiba mais em: reformaurbanadireitoacidade.net