A entrevista da edição nº 33 da Revista e-metropolis é com a arquiteta e urbanista Helena Menna Barreto Silva, que aborda os percursos e problemas das políticas de habitação popular em áreas centrais, explorando em mais profundidade o caso de São Paulo. Helena elabora uma análise do modelo dominante de intervenção em áreas centrais no Brasil e comenta a ausência de políticas e instrumentos adequados ao equacionamento da habitação popular das cidades.
Duas semanas após o incêndio e o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, localizado no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, a arquiteta e urbanista Helena Menna Barreto Silva concedeu uma entrevista especial para a Revista eletrônica e-metropolis sobre a questão habitacional na área central de São Paulo.
Na conversa, realizada em Montreal, Canadá, a pesquisadora expôs os percursos e os problemas das políticas de habitação popular em áreas centrais no país dos anos 1980 até hoje, explorando em mais profundidade o caso de São Paulo. Carioca de nascimento, a entrevistada dedicou boa parte do seu trabalho de gestão pública e pesquisa acadêmica à capital paulista, culminando com a coordenação do Programa Morar no Centro, durante a gestão Marta Suplicy (2001-2004), e de diversas pesquisas sobre a questão fundiária, as políticas urbanas e os programas habitacionais da área central da cidade.
Doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, com uma tese sobre as relações entre a política habitacional e a questão fundiária no Brasil e em São Paulo, a pesquisadora criticou o modelo dominante de intervenção em áreas centrais no país e a ausência de políticas e instrumentos adequados ao equacionamento da habitação popular nos centros das cidades brasileiras.
A entrevista está dividida em três seções temáticas. A primeira, “Habitação em áreas centrais”, explora as origens e a evolução do debate sobre as políticas habitacionais em São Paulo e a influência que tiveram na escala nacional. A pesquisadora ressalta o papel dos movimentos sociais na defesa da reforma de edifícios ociosos para habitação de interesse social e a importância da circulação internacional de ideias, que permitiu desenhar instrumentos urbanísticos inovadores na cidade.
Na seção “A experiência do Programa Morar no Centro”, a entrevistada narra o desenvolvimento de um dos mais importantes programas habitacionais em áreas centrais elaborados no país, destacando as negociações com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, financiador do projeto.
Por fim, a seção “Transformações recentes do centro de São Paulo” explora as dinâmicas imobiliárias e populacionais da área na última década, e analisa as parcerias público-privadas como o novo modelo privilegiado de implementação de programas habitacionais na área central, apontando as consequências desse cenário e a falta de soluções aparentes no curto prazo.
Leia a entrevista completa Habitação no Centro de São Paulo: políticas, disputas e impasses no site da Revista e-metropolis.
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